Pra você ver como é difícil essa saga proposta pelo Resgate de lançar 3 músicas novas por mês (somando 30 no total), nós que nos comprometemos apenas a escrever sobre os lançamentos não estamos conseguindo postar com a data e frequência necessárias. Maaaaaas, como se diz: “Eu Vou Chegar Lá”. A banda está cumprindo MARAVILHOSAMENTE o que prometeu, nós aqui que estamos vacilando.
As músicas que em sua sequência trazem os números 13, 14 e 15 foram lançadas no início de setembro, precisamente no dia 05 (aliás, os lançamentos estão acontecendo todo dia 05 de cada mês). Nesta leva de setembro temos “Benditos”, “Pra Ver o Sol” e “Raízes”. Três músicas com linhas musicais bem distintas entre si e características sonoras bem peculiares.
“Benditos”
Nesta faixa Zé Bruno divide os vocais com Silvera (em participação especial) e o instrumental traz linhas bem diferentes das que estamos habituados na maioria das músicas do Resgate. Aliás, o Resgate é conhecido por sempre trazer uma ou mais músicas em estilos diferentes em cada um de seus álbuns e nestes lançamentos dos 30 anos, a criatividade e variedade estão rolando soltas. Violãozinho leve e percussão tranquilinha dão a base pra vocais igualmente leves. Fica a curiosidade de ver a performance de Jorge Bruno tocando essa percussão em um show ao vivo #PorFavor.
A letra é uma bela e sincera homenagem a todos os “benditos” e desprendidos de amarras que aceitam seu chamado de levar os “doces decretos” aos cantos menos visitados e aos incompreendidos de nosso mundo. Missionários que não buscam holofotes, não acumulam riquezas e não medem consequências. Particularmente, não conheço muitas músicas que trazem essa perspectiva sobre Missões. Buscando honrar estes que atenderam a sua vocação, com dignidade e amor, sem dar aquela ~indiretinha santa~ no meio da letra.
“Pra Ver o Sol”
Se tem um tema que o Resgate gosta muito de trabalhar é a questão do tempo. A nossa relação com os dias, com a passagem dos anos, com a perspectiva humana e divina sobre esse tema. No DVD de 25 anos, antes de tocar “Ninguém Vai Saber”, o Zé Bruno fala um pouco dessa perspectiva de tempo, de que ele percebeu que já tem mais tempo pra trás pra contar do que pra frente pra esperar. Ele diz também sobre Deus ser o Senhor do Tempo e que a gente só fica “bom em viver” quando o tempo já tá acabando.
“Pra Ver o Sol” vem falando sobre a passagem do tempo e traz uma visão lindíssima de quem já trilhou mais da metade da estrada. As semelhanças e analogias com a natureza e a criação são lindas. A letra é de uma lucidez, verdade, esperança e plenitude maravilhosas. Ahhh… e a levadinha? Não tem como não lembrar de Beatles (principalmente no coro) né?
“Raízes”
Assim como “Pra Ver o Sol”, “Raízes” traz uma sinceridade e maturidade muito grande em sua letra. Essa percepção do que nos corrompe, de sementes ruins, que viram raízes e brotam, nos contaminando aos poucos. Gosta muito da construção da letra dessa música. São três blocos entre refrão que trazem uma vertente do tema de forma diferente. No primeiro bloco, temos a constatação da existência dessas raízes que nos contaminam. No segundo, ouvimos sobre como o nosso ego e a negação de tal maldade interna nos prejudica. No bloco final, temos a angústia pelo extravasar e o apontamento de qual é o caminho correto pra poda dessas raízes e seus brotos.
Nos vocais, além do Zé, temos Clóvis Pinho trazendo excelentes nuances em cada uma de suas vocalizações. No piano (acho que é piano) temos Pedrinho Cardenas em mais uma participação nesse projeto do Resgate. A música tem carcaterísticas de jazz e blues bem gostosinhas de se ouvir e com linhas para os instrumentistas pirarem. ps: desculpa se não é jazz. Desculpa se não é blues. Diz aí nos comentários o que é. = )
Por hoje é só pessoal!