04, 05, 06 | Resgate comemora 30 anos lançando 30 músicas inéditas

Imagem ilustrando o segundo lote de músicas comemorativas dos 30 anos da banda Resgate.Conheci o Resgate numa fase tardia, comparando com amigos da mesma fé e faixa etária.

Aos 13 anos, saindo de uma igreja de linha mais tradicional de onde fazia parte desde os 2 anos (igreja tão tradicional que a guitarra era vista como um instrumento demoníaco)  passei a ouvir essa tal música cristã contemporânea. Daí fui conhecendo o “big four crente” (!) da época – Oficina G3, Resgate, Fruto Sagrado e Katsbarnea (nunca curti Catedral, desculpa gente). E outras descobertas com o auxílio de um modem 56k e informações bem rasas na internet.

E nesses 30 anos do Resgate, fiquei incumbido de escrever sobre o segundo lote das músicas.

Se existisse o se

Tem uma pegada de ukulele e afins que não gosto muito, mas a letra é praticamente o hino dos ansiosos (como eu). E também daqueles que sempre pensam “e se tivesse feito isso ou aquilo?” (como eu). Importante lembrar da nossa Esperança nestes tempos em que pressa e ansiedade movem o cotidiano de tanta gente.

“Se torturada a mente culpada
Vive obrigada e é condenada
À sina pesada de só olhar pra trás”

“Se me preocupa, sempre me ocupa
Eu vejo o começo querendo saber o fim”

Saímos

Já “Saímos” é uma forma fantástica e resumida de contar a história da Igreja, focando no objetivo dela. Sair, sendo chamados para fora. Saindo do Éden, da arca, do Egito, de Babilônia, de barcos, da perseguição, para falar d’Aquele que saiu de Sua Glória.

“Saímos de nós, tomamos a Cruz, saímos na graça do banco dos réus
O saído da Glória, entrando na história, saiu desse mundo voltando para o céu
Sairemos um dia, passagem de ida, sairemos de volta para os braços de Deus”

Em prol do seu nariz

A minha preferida das 3, não só por ser a que eu mais gostei pelo ritmo, mas também pela letra ser tão atual e necessária neste tempo em que Romanos 12:1-2 é ignorado solenemente em nome de interesses distantes do Reino e próximos de pessoas caídas e instituições formadas por pessoas caídas. Embora a letra deixa endereçado elementos do nosso governo atual, como nos versos ” Então palmas pra tortura, pois alguém sorri” ou a alusão ao slogan de campanha do ano passado ” Deus! Acima de tudo e todos
/ Todos como se fossem eu”, o teor da letra é de oposição a toda linha ideológica que exalte o individualismo, principalmente dentro das igrejas locais. Temo que sua letra mostre um destino que estas igrejas e irmãos se encontrarão se continuarem neste caminho.

“Deus! Acima de tudo e todos
Todos como se fossem eu
Se cada pessoa é uma só
E se cada um é o que quer ser
Nessa ingenuidade solidão
E agora o solitário pede irmãos
E a comunidade se desfaz em prol do seu nariz”

Agora vamos esperar dia 5 de julho para as próximas três!

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