#Terminei | O Código da Vinci – Dan Brown

o código da vinciPrimeiro post que eu creio, pode render alguma polêmica ou olhares atravessados para a imagem de exibição.

A primeira vez que li O Código Da Vinci foi no ano de 2005, em meio a todo o furor que o livro vinha causando na mídia em geral. Resolvi lê-lo de novo há alguns meses, e novamente a escrita me surpreendeu e prendeu totalmente. O ritmo em que as coisas acontecem no livro é intenso, e em poucas páginas de leitura você realmente se vê envolvido com Robert Langdon, quer saber os segredos do passado de Sophie Neveu e seu avô Jacques Saunière, e o que levou o “fantasma” Silas a destruir o altar da Igreja de Saint-Sulpice e a matar a irmã que cuidava da igreja. Portanto, quanto à trama e sua evolução, não tenho do que reclamar.

Algumas questões, entretanto, devem ser levantada: por que uma história tida por toda a cristandade como mentirosa vendeu tantos livros? Talvez você, caro leitor cristão, nunca tenha posto a mão em tal “livro herético”, mas conhece a história mesmo assim. E se como cristãos consideramos mentira o que está escrito neste livro, porque insistimos em desmenti-lo a todo custo, quando o melhor seria simplesmente ignorá-lo?

Confesso que não tenho resposta para as perguntas lançadas acima, mas tenho muitos outros questionamento oriundos da releitura deste livro. Ao longo do livro vemos a defesa de que no mundo havia muitas religiões femininas, e que estas religiões foram sendo destruídas com o avanço do cristianismo e do machismo propagado pelos seus “homens da fé”. Na série de livros As Brumas de Avalon vemos estas mesmas ideias num ambiente delimitado, a Inglaterra medieval. Nela, os padres católicos condenam as religiões ancestrais daqueles povos, acusando de serem práticas de bruxaria e demoníacas, pois a mulher é a responsável pela queda do paraíso, logo é a disseminadora da maldade, da luxúria e do pecado pela Terra.

E apesar de que talvez você possa estar pensando que eu sou uma herege que acredita que Jesus casou, ou que as antigas seitas não deviam ter sido destruídas, eu realmente me pergunto qual o direito que a religião cristã tinha de destruir e marginalizar estas outras religiões. Sim, pode ser que nós as consideramos erradas, mas não há nada que nos dê o direito de delegar sobre a vida dos outros, ou sobre a fé dos outros. O cristão tem a obrigação de pregar o evangelho, mas cabe ao receptor, em sua relação com Deus, seguir ou não a nova fé, e infelizmente ao longo da história, vemos as mãos dos cristãos manchadas de sangue dos tidos infiéis. 

O limite da nossa fé tem que ser o respeito ao outro,e  essa é uma discussão extremamente válida e relevante em tempos de avanços de grupos terroristas como o Taliban, Boko Haram e ISIS, pois estes grupos dizem estar lutando pelos ideais de sua fé, sujando suas mãos e nosso mundo de sangue de inocentes enquanto eles próprios não representam a religião islâmica nem os ideias da fé deste grupo.

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