Sabe de nada Inocente! Quando a sua oração revela o quanto você é tolo. #pastorais #pastoral

A sua oração diz muito a respeito do que você crê. A oração é uma conversa entre você e Deus e nela ouvimos aquilo que você expressa o que você sabe a respeito de Deus. Até porque seria muito estranho você se dirigir a alguém sem saber quem. Desta forma,  o que você conhece é a base daquilo que rege a sua conversa.

Você já experimentou gravar a sua oração? Faça o teste e você será surpreendido com as falas e expressões que você usa para se dirigir ao Pai, além do fato de que em média você deve gastar cerca de 50 segundos nesta conversa. Você corre o risco de ser listado como um tolo. Pedimos mau por isso não recebemos, já dizia o meio irmão de Jesus. 

Em Marcos vemos três passagens interessantes que podem explicar um pouco esta afirmação. Dois destes textos estão  pertinho um do outro (de propósito?). Os dois próximos se encontram em Marcos 10.32-52. Jesus afirma que entrará em Jerusalém, será preso, violentado, morrerá, contudo ressuscitará ao terceiro dia. Logo após esta fala João e Tiago filhos de Zebedeu pedem para se sentarem ambos, um a esquerda e outro a direita, de Cristo no seu trono de glória. Era um pedido audacioso. A outra passagem se encontra um pouco adiante, no verso 51. Era o cego que queria voltar a ver. Em ambas  passagens Jesus pergunta: “ o que queres que eu te faça?”.

A terceira passagem se encontra em Marcos 14.32-42 e narra o momento que antecede a prisão de Jesus. Neste trecho também há uma oração não ouvimos ou não há o relato da pergunta, porém podemos supor o Pai perguntando ao seu filho “o que queres que eu te faça?” O que ouvimos é que Jesus pede arrego. Não quer ir para a cruz. O seu pedido é para que aquele momento seja entregue para outro, que o cálice passe para outro. No entanto o pedido não se completa aí, ainda há o seu complemento, e ele diz: “… contudo não seja o que eu quero,  mas sim o que tu queres.”

A diferença gritante entre os dois pedidos anteriores é a natureza do conhecimento de quem pede a respeito de Deus. Em ambos os casos os pedidos foram justos, acho eu, entretanto em Jesus percebemos que a confiança plena de que o Pai sabe exatamente o que fazer o deixa livre para pedir que Deus faça o que precisa ser feito. Mesmo que seja ruim momentaneamente eu sei que é o que o meu Pai deseja e há descanso nisso. O que queres que eu te faça? O que eu quero que o Senhor me faça? Faça, meu querido Pai, aquilo que queres fazer.  

Lembro-me do texto do salmo 37.4: “deleite-se no Senhor, e ele atenderá os desejos do seu coração!” e o quanto ele promove um loop maneiro. Eu quero que o desejo do meu Pai supere o meu sempre, e me deleito nisso, logo o meu coração, que deseja que o que o coração do meu Pai deseja, será atendido sempre. Ou seja, a cada entrega menos de mim em minhas orações. Menos de um coração corrompido por Mamon, pelo ego inflado e por Washington Olivetto. Amé

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