Sabe a dor? Essa matreira aí que, tão suavemente quanto um elefante correndo em uma loja de bibelôs, chega e se instala lá dentro do peito.
A dor.
Esse sentimentozinho ordinário. Parece que é na carne, mas, na verdade é na alma. Ela pode diminuir e aumentar. O tempo ajuda e pode atrapalhar.
Dor.
Mesquinha, obtusa, mequetrefe. Nos mais dolorosos sentidos das palavras. Como arrancar essa coiseca biltre do fundo de nosso ser?
No entanto, pra esse incômodo nefasto já existe medicina.
A cura não está na folha daquela planta difícil de se achar no meio do mato. Nem na manipulação de várias químicas feitas em laboratórios de última geração. Tampouco ajuda saber controlar a respiração ou colocar o pé na nuca (se bem que isso é MUITO massa, HAHA).
Uma palavra.
Seja ela de carinho. Seja de perdão. Ânimo ou solidariedade.
Uma palavra pode mudar uma fisionomia abatida, um coração machucado, uma cara contorcida de dor. Simplesmente uma palavra.
Ela pode ser início de uma volta por cima ou então (se você não souber usar) a última pá de uma cova.
Das palavras bonitas, uma tem um efeito fantástico. É o tal do perdão. Tanto quando se pede, quanto se concede.
O perdão é tal qual aquele copo de água BEM geladinho que você toma depois de ficar bastante tempo no sol e seco. Então, você sente a água invadindo e te refrescando por dentro, como se estivesse lavando a poeira da garganta e arrancando com a mão o calor. Tem até aquele “AH!” no final. É bonito demais quando se perdoa e delicioso pra caramba quando se é perdoado.
Então, aí, o Livro Falante te fala: cola na minha que eu já enxuguei suas lágrimas.