Não é um livro BRILHANTE onde eu tenha tido varias ideias para vários textos e pregações ou qualquer coisa assim. Não é também, um texto REBUSCADISSIMO onde eu tenha tido aquela dificuldade desafiadora de compreender cada paragrafo. este é O REINO PERDIDO, livro do W. Wil que eu tive a oportunidade de comprar por miseros R$10,00 no CENUC 2012.
Trata-se, este livro, de um testemunho de vida, de alguém que foi usado e abusado por autoridades eclesiásticas e viu sua fé, sua vontade de transformar o mundo quase se acomodar e acabar se tornando mais um dente da engrenagem que move o sistema.
Você pode até não se empolgar com o enredo desse livro, mas de uma coisa eu posso te afirmar. Nessas pouco mais de 100 paginas consta uma historia, tão sincera que poderia ser a de muitos dos meus atuais amigos, que caíram de joelhos no chão diante da duvida entre continuar no “esquema” para crescer na instituição e aí então poder, de dentro, tomar uma atitude que revolucionará toda a compreensão de cristianismo e tudo mais ou, de outra forma, chutar toda a podridão de uma empresa agressivamente capitalista e competitiva, que pune aqueles que não geram lucro tratam os que mais arrecadam como reis, tudo isso com um disfarce de instituição cristã.
Entre humilhações, tramoias e competições, a historia de uma jovem auxiliar de pastor vai acontecendo dentro de uma grande igreja neo-pentecostal sem nunca perder o desejo inicial de transformar o mundo pelo evangelho. Como eu disse, não foi um texto celebre ou uma obra de arte da literatura, mas os dois últimos capítulos, me arrancaram lagrimas ao me dar conta de que aquela historia, era a minha também, em menor ou mair proporção em cada momento da trama, li muita coisa que vi acontecendo diante dos meus olhos quando eu estava ligado a uma instituição do mesmo nível da “igreja” que ele descreve (sem nunca falar o nome) neste texto.
Claro que alguns leitores irão se levantar dizendo que este texto não representa a realidade das igrejas e que ainda existem pessoas boas na liderança e blá blá blá blá… Claro que sim, existem pessoas boas na liderança das igrejas, eu mesmo conheço varios pastores que se dedicam às pessoas, choram junto e se alegram juntos, não tem medo de se expor e de se fazer desnecessários, gerando autonomia em todos os membros das comunidades que lideram assim como existem muitas instituições que fazem o bem, biblicamente munidos de argumentos, entretanto, tentar tampar o Sol com a peneira, dizendo que um caso como este é a minoria num pais onde jovens idealistas e com pouca instrução são recrutados aos milhares diariamente para servir de escudo humano nessa briga por poder que determinados monstros, travestidos de pastores, travam diariamente para manter seus impérios em pé, é no minimo irresponsabilidade gerada pela falta de se levantar da escrivaninha e viver a vida real, que fica do outro lado de seus gabinetes pastorais da classe média teológica brasileira.
O Livro é fininho, deve ter umas 100 e poucas paginas, li em duas viagens de onibus e uma espera no fisioterapeuta :).
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Naquela minha pontuação que vai de 0 a 5, eu daria um 3.