Não sou amigo dele. Nunca apertei sua mão. Nunca almocei com ele. Tampouco o considero um herói. Não sei se ele se considerava feliz.Também não sei dizer se de fato ele conseguiu fazer outros “felizes”. Mas escrevo esse texto num artefato inventado por ele. Hoje o dia amanhece, com o escritório vazio em sua casa. Canetas, papéis e luminárias pelas mesas; pastas e escaninhos nas paredes. Silêncio total. Do outro lado do mundo,chineses estão retornando para suas casas, tendo a certeza de que amanhã continuarão perpetuando a fabricação das suas invenções.
Empresas continuarão usando seus utilitários em seus escritórios. E pessoas do mundo inteiro irão trabalhar hoje ouvindo música. Jobs deixou um monte de coisas, planos e pessoas para trás. Um monte de dinheiro, máquinas , amigos e sonhos.
Não penso que ele tenha sido a melhor pessoa do mundo. Longe disso. Também não acho que mereceu toda a glória que teve. Quando alguém importante morre, todos olham e dizem – olha! Ele também é um ser humano! – ninguém é Deus nessa terra. Um dia todos nós vamos encostar nossos narizes no véu. E deixaremos alguma coisa aqui para outros; creio que tanto boas, quanto ruins.
Jobs deixou para trás mais do que uma maçã mordida no quintal desse mundo, mais do que um mp3 player esquecido no bolso das calças dos países mais populosos do mundo, mais do que uma idéia, de certa forma tosca, de felicidade. É fato: o mundo precisa mais do que pessoas que só dão opiniões; precisa de pessoas que executem idéias. E muito mais do que isso: executem bem essas idéias. O maior legado de Jobs é uma lição: “se fizer, faça bem feito.”
Para nós, cristãos, penso que essa lição se basta de qualquer explicação.
“Permaneça faminto; permaneça ingênuo.” Steve Jobs – 1955-2011