“Se eu não te lavar os pés, não tens parte comigo”

Na atual igreja brasileira, em especial, nas de orientação NEOPENTECOSTAL, vemos vário títulos, q são disputados a tapa pelos queridos irmãozinhos:

Diácono, Presbítero, Bispo. alem, é claro, do quinteto maravilha Apostolo, Profeta, Evangelista, Mestre e Pastor… Há, sem contar, é claro, no ministro de música, ministro de dança, líder disso, coordenador daquilo, e a lista é muito longa, eu vou ficando por aqui, pois nosso assunto é mais produtivo q uma reles lista de títulos q não transformam ninguém em nada!
Entretanto, observando essa vasta galeria de títulos, começo a compreender o sentimento de ganancia q os novos convertidos vindos “do mundo” as vezes carregam para dentro das agremiações religiosas. Da mesma maneira q na empresa onde vc trabalha existe vários cargos q não representam nada mais q uma maneira de te motivar a ser mais fiel a empresa, por ostentar agora o TITULO de qualquer coisa, a igreja (a instituição) da mesma forma tomou esse formato, fazendo com q algumas pessoas sejam colocadas antes das outras, simplesmente por ter um titulo q não lhes confere absolutamente nenhuma maior  santidade ou senso de compaixão, oq seria, no meu entender os diferenciais de vida cristã
Pode parecer papo de anarquista (e em certa forma é sim, mas não da maneira q vc está pensando), e mesmo tendo uma visão muito positiva do anarquismo, compreendo q na atual situação do nosso pais e do mundo, a figura de um líder é necessária para conduzir a INSTITUIÇÃO, e dependendo do tamanho desta, séria necessário até, uma equipe para auxiliá-lo neste trabalho, entretanto, o cabide de títulos, q só infla o ego de homens, tem se tornado uma dinâmica asquerosa ao meu ver, pois apenas indica q só uma elite  pode ter acesso a coisas q o povo não tem, um clero diferente dos leigos, profissionais da fé e consumidores desse produto… Já ouviu falar numa religião assim? Se vc disse Judaísmo, acertou na mosca. 

Quando Jesus estava, corporeamente, na terra era assim (não sei como é hoje), havia uma “casta” determinada de especialistas q determinava os rumos da religião, e havia todo o resto, pessoas q não faziam parte daquilo, apenas eram conduzidos como bois pelo boiadeiro.
Eis, q não mais q de repente, surge no horizonte, ninguém mais ninguém menos q ele, o Ieshua Hamasia, o Cristo do Deus Vivo, Emanuel, a raiz de Davi, o Leão de Judá… ou como simplesmente ele era chamado: Jesus de Nazaré, o filho do Carpinteiro. 
Quando se imaginava um homem q com mão de ferro fosse por a baixo todo reino q vinha contra Israel, surge, decepcionantemente, um homem médio, não mais alto ou mais forte q os outros da sua época, e q usava como arma as palavras de sua boa e as atitude de seu coração… algo, a primeira vista, bem limitado, se comparado com a tecnologia bélica da Roma do primeiro século.
Não vou me alongar na historia de Jesus aqui, pois a maioria das pessoas q acessa esse blog, já é cristã e assim, irei logo para o episódio q culminará com a conclusão deste texto q vc, amigo leitor, passa seus olhos neste momento.
Aproximadamente ano 33 da era cristã, noite da pascoa, ultima noite antes da crucificação do nosso herói. Durante o jantar Jesus pega uma toalha, enrola na cintura, carrega uma bacia de água e se aproxima dos seus discípulos amados com a intenção de lavar-lhes os pé. Mesmo sem compreender bem oq estava acontecendo, um por um foi tendo seu pé molhado e enxugado pelo Rei dos reis e Senhor dos senhor até q um deles interrompe o mestre com a frase:
– Mestre, jamais lavarás os meus pés.
Vc conhece a historia de Pedro e sabe q ele dava várias “bola fora” com Jesus, e não é de se espantar, mesmo considerando q esta é uma atitude de humildade e reverencia ao seu líder (q líder?? esse palavra nem existe no novo testamento) ao impedi-lo de fazer o trabalho q era destinado aos mais baixos serviçais da casa ou mulheres, q Jesus, como de costume, surpreenderia a todos, e ele fez dizendo:
Se eu lavar os teus pés, vc não tem parte comigo ( Todos olha pra Pedro enquanto rola uma PAUSA DRAMATICA)
Será q foi isso mesmo q ele disse? Se eu não te lavar os pé, pode sair fora, pq vc não faz parte da turma q anda com Jesus. Se eu não deixar o Verbo q se fez carne, esfregar esse pezinho encardido de pescador do oriente médio, não sou apto para prosseguir me chamando Cristão? CARACA – é oque Pedro deve ter pensando no exato momento.
A intenção de Pedro era boa, como na maioria das vezes, mas como também na maioria das vezes, ele estava redondamente equivocado. No coração de Pedro seria impensável fazer Cristo, o ungido para governar Israel, ajoelhar-se na sua frente e lavar-lhe os pés, mas, contrário a todo intendimento humano (como de praxe), Jesus foi na contra mão do senso comum e declarou, simbolicamente, a seu discípulo, q no reino em q ele é Rei, não há espaço para um povo q compreende uma hierarquia onde pessoas elevadas não possam fazer serviços mais simples, no reino de Deus, não há espaço para pessoas dignas e indignas de qualquer serviço, não há quem não possa fazer algo enquanto para outro é obrigação, e pior ainda (ou melhor, dependendo da situação) Quem não compreende isso não tem parte com o Rei deste Reino (Fique uns 10 segundos pensando na ultima frase) Vou falar novamente com outras palavras: “Se eu não te lavar os pés, tu não tens parte comigo”. Conseguiu compreender? Se vc não compreendeu q a hierarquia é inimiga desse reino, vá não faz parte dele e está se enganando visitando semanalmente uma reunião de uma agremiação religiosa, entregando seus dízimos, cantando seus hinos… se vc não entender  q o reino de Deus é um lugar de iguais, e ninguém é maior ou melhor q ninguém, sinto muito lhe informar amigão, mas vc não tem parte com este Reino!

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