Segundo levantamentos recentes o Brasil tem seu grupo de Cristãos protestantes crescendo desde meados de 1989. Em último censo realizado pelo IBGE em 2000 houve destaque para o crescimento acentuado das religiões evangélicas impulsionadas pela vertente Pentecostal. Lembro-me da pregação que ouvi anos traz quando um pastor orgulhosamente destacou que muito em breve mais de metade de toda a população de nosso país seria de origem protestante. Na época me empolguei com a perspectiva de termos um país em sua maioria protestante, mas hoje em dia esta realidade me leva a algumas indagações:
1. Em um país onde o numero de seguidores de Cristo está em franco crescimento não seria de se esperar mudanças significativas no que tange a questões sociais?
2. Porque apesar de confessarmos a Cristo temos cada vez mais mortes por conta da violência?
3. Os nossos políticos (que são representantes eleitos pelo povo justamente por representar seus ideais) estão entre os mais corruptos do mundo e mesmo assim ninguém faz nada.
Para cada questão levantada (e essas são apenas algumas) citarei apenas um dentre muitos possíveis motivos. Infelizmente professar a fé cristã não garante o fato de nos importamos com os outros por mais contraditória que essa afirmação possa ser. O protestantismo que exportamos de países como os EUA não é exemplo para ninguém já que não tem o próximo como foco de atenção. Nosso governo é omisso e não se importa com questões básicas sobre saneamento, educação e segurança e a maior prova disto é que todo período eleitoral que se inicia tem como pauta principal estes mesmos problemas. Em aproximadamente 500 anos de existência não tivemos tempo hábil para resolver ao menos um destes tópicos? Francamente, em um país que remunera com salários altos um Juiz que condena um detendo e não um professor que impediria que este mesmo detento emergisse na sociedade há de se pensar mais o que? Certamente Thomas Morus (Londres, 7 de Fevereiro de 1478 — Londres, 6 de Julho de 1535) se deleitaria em ver a sociedade em que nos tornamos. Lembro-me até de um candidato à presidência da república anos atrás se gabando que quando governador de um estado tinha construído vários presídios. Ou seja, o galardão deste homem é mandar um infrator para trás das grades ao invés de minimizar as diferenças sociais que certamente foi o fator desencadeante para sua investida no mundo do crime.
Por fim, mas não menos importante tenho vergonha em saber que para se dar um aumento de salário mísero para uma população merecedora de seu sustento houve tanto debate sobre o impacto nos cofres públicos, mas para se dar aumento astronômico (isso em um país que gasta mais com sua capital nacional do que países de primeiro mundo e com 10 vezes seu PIB) nosso parlamentares demoraram apenas uma noite. Isso mesmo uma noite!
Por essas e outras às vezes sinto repúdio pelo meu país e muito mais pela raça Homo sapiens. “Porque Deus não me dá poder para arrumas isso?” Alguns de vocês devem ter pensado em algum momento de suas vidas.
Bom… Nós temos poder agora!! E o que estamos fazendo??