A espera de um milagre!

Recentemente tive a oportunidade de conhecer uma gentil senhora que foi ao hospital em busca de atendimento. Como é de praxe após as orientações de enfermagem permaneci mais alguns minutos ao seu lado procurando, através de um diálogo menos formal adquirir mais informações para meu diagnóstico. Para minha surpresa a senhora que encontrava-se a minha frente naquele dia havia viajado muito nos últimos anos e visitado o país de meus ancestrais, a Ucrânia.

Sabendo disso e obviamente arrastado pela minha curiosidade dirigi perguntas tentando saber qual sua impressão sobre o país. “Cinza e triste”- disse quase que imediatamente evidenciando que essa era a principal característica do local. Continuou dizendo: “É um povo sofrido e a sensação de miséria paira no ar. É diferente e sem cor”

Sendo território soviético oficialmente desde 1922 a Ucrânia tem uma história de sofrimento e luta. A industrialização soviética teve início da Ucrânia a partir do final dos anos 20, o que levou a produção industrial do país a quadruplicar uma década mais tarde. O processo impôs um custo elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana. Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar a industrialização, Stálin e sua visão caricata de comunismo estabeleceu um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O julgo deste processo era garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo histórico, conhecido como Holodomor, levou milhões de pessoas a morrer de fome, historiadores contam que dados atuais podem perfazer um numero aproximado de 5 milhões de vidas ceifadas. Durante a segunda grande guerra  o território ucrâniando chegou a ser invadido pela frente do eixo que manteve as fazendas coletivas, executaram uma política de genocídio contra judeus e de deportação para trabalhar na Alemanha.

Pensando sobre o poder devastador que este regime provocou e entristecido pela realidade encontrada lá até os dias atuais perguntei a experiente narradora se havia alguma coisa que tivesse visto que destoasse desta tristeza, miséria e solidão em um país tão flagelado e esquecido.

Ao que me respondeu: “As Igrejas! Lindas e sempre repletas de gente em busca de algum milagre!”

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O vídeo acima é uma representação da invasão Alemã à Ucrânia que causou comoção na platéia quando executada.

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