Este texto é de opinião. Sim, a maioria dos outros também, mas eu nunca disse isso antes então faço o favor para vc caro leitor (a) que quer pular fora antes de ler as alucinações de um moleque que nem formado em teologia é. Em seu texto intitulado Devoções, o poeta jacobino inglês John Donne cita:
“A morte de qualquer ser humano me diminui, porque estou envolvido com a humanidade. Por isso, nunca mande perguntar por quem o sino dobra; é por você.”
Dias atrás estava falando com um velho amigo no carro quando levantamos a questão sobre pastoreio e acabamos por entrar no assunto das “empresas Igrejas”, muito comuns nos dias atuais. Não tenho nada contra uma pessoa ser pastor e trabalhar fora em busca de uma melhor condição de vida para ele e sua família. Vivemos em um sistema que propicia a pessoa tentar adquirir condições financeiras melhores apesar da dificuldade para isto ser inquestionável.
Meu problema encontra-se em um pastor que vive somente da obra, comendo à custa do dinheiro da congregação, que anda com um carro de três dígitos enquanto uma de suas ovelhas, pai de família, precisa vir de ônibus para a Igreja. Entenda caro leitor que não há nenhuma irregularidade em ter um “carrão” sendo pastor, ou seja não é ilegal, mas com certeza é imoral. Acho que na posição de pastor de um rebanho o fato de uma ovelha estar em perigo, machucada ou necessitada deveria lhe tirar o sono a ponto de este abdicar de seu descanso para passar a noite ao seu lado e ter certeza que esta pequena criatura de Deus tenha alguma chance na vida. Não é o que vejo! Supostos “servos” sendo servidos pelo sistema que insiste em arrebanhar um número cada vez maior de inocentes para sustentar um sistema meritocrata em que uns poucos do clero têm tudo à custa de um povo flagelado que sustenta isso e não tem o direito de ao menos criticar o sistema sob a ameaça de “estar indo contra um ungido do Senhor”.
Pensando a respeito disso e lembrando as frases de Donne, consigo expressar com palavras alguns dos sentimentos que tenho a respeito de todos estes problemas supracitados. Ver o povo sendo espoliado descaradamente me ofende na condição de cristão e deveria nos ofender como humanidade.