#PostDoLeitor – Na Boiada já fui boi?, por @Aliny_carvalho

Observando o mundo cristão comecei a pensar em algumas coisas. Estudei música durante uns sete anos da minha vida. E por causa disso, achei que eu era fresca mesmo em relação a estilos musicais, cara, posso até ser um pouco chata, exigente e particularmente não sou muito fã de música estrangeira. Mas isso já são outros quinhentos. Até porque a música brasileira é uma miscelânea de músicas estrangeiras, mas como eu disse, esse não é um assunto para ser discutido aqui. Vamos logo ao que interessa.
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Andei frequentando algumas igrejas. Ouvindo algumas rádios evangélicas, participando de corais e de grupos de “louvor”. Acontece que essa ideia de que eu era muito chata com música sempre me atormentava. Em todo caso, um levantar de ombro e um “deixa pra lá” me consumia, só que não me fazia satisfeita. Tem alguma coisa errada nisso tudo. Não é possível.
Aqui não estou falando só de estilos musicais nem de teoria. Até porque eu nem cobrava muito de ninguém saber um pouco de partitura ou de teoria musical que eu tinha estudado durante alguns anos. Os estilos às vezes são chatinhos, mas ainda assim, não era o ritmo quem estava me incomodando.
Daí por diante achei por bem me calar um pouco, porque poderia até perder “amizades”. Mas aí a gente entra na universidade, começa a ter mais acesso a algumas teorias, ideologias e passa a observar as coisas com outro olhar. Até a música secular começou a deixar de fazer sentido pra mim. Porque, não sei, tinha alguma coisa errada. Eu sabia que tinha!
Estudando um pouco de Marx por aqui, Weber por ali, Paulo Freire acolá, daí você começa a entrar em conflito. Nesse momento notei a necessidade de estudar um pouco mais de teologia. Eu já tinha estudado um pouco, fui estudar um pouco mais. Fiz um tempinho de teologia daqui, enchi o saco do meu pai teólogo dali, li uns texto e uns livros. E realmente, tinha coisa errada. Aliás, tem!
Notei que não eram os ritmos ou as simples melodias formadas por três acordes e mais nada. NÃO ERA ISSO! As letras, meu Deus! COMO NÃO PENSEI NISSO!
Eu as achava chatas. Mas, não era só o fato de serem chatinhas e repetitivas. Como eu disse, tinha mais. Algumas pessoas escreviam algumas letras e me mostravam e eu tinha um medo danado de falar; mas era isso: ta muito comum, previsível demais.
Como eu disse, estudando mais um pouco percebi além de estar muito previsível. Quatro pontos:
Primeiro e, acredito eu, mais importante de todos, fazer música deixou de ter as finalidades relativas a ela no meio cristão. Deixou de ser uma categoria de adoração e louvor a Deus. Ainda neste ponto. Passou a ser uma justificativa para ascensão social. E isto eu quero discutir com cuidado e cautela. Pensando nas ideologias dominantes, no neoliberalismo que tomou conta da vida das pessoas e da veiculação dessas ideologias pelos meios de comunicação, a famosa mídia,a música, deixa de ser uma expressão cultural para ser um método de levar sujeitos a riqueza material. Isso se deu pela propagação da extrema pobreza em contrapartida da propaganda; do incentivo ao consumo. Tão exagerado que não consegue cumprir o que propõe.
Uma sociedade de ideologia consumista, mas não consumista porque não tem condições de adquirir tudo o que se lhes apresenta. Porque não são apenas bens tangíveis; os sentimentos, emoções também são comercializados. Essas concepções influenciam o sujeito de forma que, sem notar, ele deseja possuir, possuir e possuir. Acontece que para que ele possua ele tem que ter recursos para investir. E ele vai vender tudo o que tem pra que possa alcançar esse ideal. Nem que seja o próprio dom. Sem perceber, nos vemos entrando em contradição com Romanos 12;1 e 2. Tão conhecido e citado nos textos e preleções. As pessoas acham que não se conformar e não se moldar ao “mundo” é não beber, não fumar, não matar, não roubar. Não que não seja ruim, acontece que não é só isso. Não se moldar é não se deixar levar também, por ideias ditas como absolutas que vão contra o que o evangelho de Cristo propõe.
Esses dias eu estava ouvindo um certo cantor “gospel” dando uma entrevista. E confesso que não fiquei chocada não. Quando você pega o histórico das músicas que o camarada canta e comercializa, você já tem uma ideia do que vem por aí. Ele solta uma história de que fala pro filho que tocar bateria é bom, é legal, mas não vai dar a ele o status maior que o de um cantor. Ah, sério que eu nem quis terminar de ver isso.
Quem ta envolvido nesse meio musical vai saber exatamente do que eu to falando. Por eu ter estudado música, acredito ser afinada, sei cantar. E o que eu já ouvi de gente, ao me ver e ouvir cantando, me incentivando a gravar um CD porque eu ia ficar rica (dentro da igreja isso) é brincadeira. Muitas propostas pra gravar com fulano e ciclano! E não vou longe, da minha própria família! Quantas vezes ouvi galera falando pra eu cantar em determinados eventos porque vai estar lá uma determinada celebridade que pode me promover. SIM, meus caros. Lamentável como eu sou chata! (RISOS) Na maioria das vezes eu fazia uma careta e virava as costas. De modo que gente me chamava de insuportável, nariz empinado e que não sabia aproveitar oportunidades. Oportunidade de quê? De ficar rica?
Não é esse o meu desejo. Eu não quero! Não preciso ficar rica. E você nota que a pessoa quer mesmo é que você ganhe muito dinheiro quando fala a sua proposta: Eu por exemplo tenho ideia de montar uma escola de música gratuita na igreja pra ajudar e ensinar as pessoas um pouco mais sobre isso. PERDA DE TEMPO!
O segundo ponto e não menos importante, também ligado ao primeiro, é que as músicas são feitas pra multidão.
A ideia é a seguinte: Faz-se música fácil que todo mundo canta junto. E isso de “todo mundo canta junto” eu chamo de “A boiada”.
Galera levanta a mão, pula, gira “owowo” e “UHUUUL, SOMOS LIVRES”
Essa ideologia de boiada é tão perigosamente destrutiva que leva as pessoas a um precipício mental e espiritual. É tanto “EÔ” “Lálálá”. E AI DE VOCÊ SE NÃO LEVANTAR A MÃO E NÃO PULAR. “Ah, não é espiritual”
Outro ponto que eu me preocupo muito. Muitos desses mesmos cantores carregam consigo a ideia de romantização da adoração a Deus. E eu poderia ter um receio ao falar nisso, mas é tão obvio que poucos notam e não tenho medo de expor não.
Alguns podem até alegar que é uma expressão individual e que Deus aceita. A questão aqui não é essa. E, por favor não confundam.
As mesmas expressões que a gente vê corriqueiramente nas novelas e filmes românticos são usadas nas músicas. Do tipo: “Quero te tocar”, “Sentir teu cheiro”, “Quero te abraçar”, “Quero te beijar”, “Sentar no teu colo”, “Vem me tocar”, “tirar teu fôlego” (sim, existe uma música assim mesmo)… entre outras do mesmo nível.
Você pode dizer: Isso é insignificante! Não é. O que se percebe é uma boiada de homens (agora falo do sexo masculino) com uma romantização com Deus como se ele fosse um parceiro amoroso. Não estamos falando sobre sermos a noiva do cordeiro e por favor, eu me recuso a achar que essa analogia seja romântica. E isso é tão notório que vemos homens fazendo coreografias e ministrações tão românticas, perdendo uma característica masculina de forma tão sutil.  E a boiada corre para o precipício.
Muitos destes adolescentes (homens) que eu conheci que entraram numa fase dessas, hoje se revelaram homossexuais. Vai me dizer que isso não é preocupante? Eu conheci e acompanhei um processo destes e como é difícil!  Por outro lado, as igrejas não estão preparadas para lidar com isso, porque sabem que foram uns dos vaqueiros que lançaram a boiada precipício abaixo.
Em contrapartida outra característica, preocupante é com as mulheres. Eu fico transtornada quando ouço algumas letras e ritmos cantados pelas mulheres, principalmente no meio pentecostal. São determinadas, destemidas, pisam no “inimigo” e ai de quem se aproximar dela que ela quebra! (risos). Comparando com o funk cantado por mulheres na atualidade, são muito próximas. As famosas “recalcadas” são as inimigas que vão ver minha vitória. A vitória é uma coisa que não entendo. A bíblia diz que já somos vitoriosos em Cristo Jesus, somos mais do que vencedores. Daí eu fico querendo saber quem é a tal Vitória dessas músicas, porque ela já ta famosa.
Isso me faz ver e entender porque é que algumas igrejas têm sérios problemas com mulheres de pastor; As PASTORA. (rsrs) Elas dominam a igreja, os púlpitos, os conjuntos, a contabilidade da igreja. DOMINAM TUDO. E aí de quem tentar acabar com o MINISTÉRIO delas. Por outro lado, os homens bananas estão sendo românticos com Deus.
E a boiada se joga!
Encerrando. Tudo isso possui uma coisa em comum. Deixamos de conhecer a Deus em sua palavra. Nos envolvemos com o mundo, com ideias, desejos. Deixamos de pensar como igreja universal e pensamos como igreja individual. Outro aspecto do neoliberalismo. Estava ouvindo e pensando em uma música da atualidade, que creio eu, vai sumir nas paradas de sucesso.  Observe a contradição
“Deus MEU, pai MEU, amor MEU. Tudo” (Não, ele não escreveu tudo meu)- Cristo: “Pai NOSSO… o pão NOSSO dá-nos hoje… Perdoa as NOSSAS dívidas..”
Deus: “FAÇAMOS o homem a NOSSA imagem e semelhança.”
Difícil pensar em cristianismo dessa maneira.
O que fica pra pensarmos agora é no seguinte, parafraseando Geraldo Vandré em Disparada: Nessa boiada somos bois?

Observando o mundo cristão comecei a pensar em algumas coisas. Estudei música durante uns sete anos da minha vida. E por causa disso, achei que eu era fresca mesmo em relação a estilos musicais, cara, posso até ser um pouco chata, exigente e particularmente não sou muito fã de música estrangeira. Mas isso já são outros quinhentos. Até porque a música brasileira é uma miscelânea de músicas estrangeiras, mas como eu disse, esse não é um assunto para ser discutido aqui. Vamos logo ao que interessa.
Andei frequentando algumas igrejas. Ouvindo algumas rádios evangélicas, participando de corais e de grupos de “louvor”. Acontece que essa ideia de que eu era muito chata com música sempre me atormentava. Em todo caso, um levantar de ombro e um “deixa pra lá” me consumia, só que não me fazia satisfeita. Tem alguma coisa errada nisso tudo. Não é possível.
Aqui não estou falando só de estilos musicais nem de teoria. Até porque eu nem cobrava muito de ninguém saber um pouco de partitura ou de teoria musical que eu tinha estudado durante alguns anos. Os estilos às vezes são chatinhos, mas ainda assim, não era o ritmo quem estava me incomodando.
Daí por diante achei por bem me calar um pouco, porque poderia até perder “amizades”. Mas aí a gente entra na universidade, começa a ter mais acesso a algumas teorias, ideologias e passa a observar as coisas com outro olhar. Até a música secular começou a deixar de fazer sentido pra mim. Porque, não sei, tinha alguma coisa errada. Eu sabia que tinha!
Estudando um pouco de Marx por aqui, Weber por ali, Paulo Freire acolá, daí você começa a entrar em conflito. Nesse momento notei a necessidade de estudar um pouco mais de teologia. Eu já tinha estudado um pouco, fui estudar um pouco mais. Fiz um tempinho de teologia daqui, enchi o saco do meu pai teólogo dali, li uns texto e uns livros. E realmente, tinha coisa errada. Aliás, tem!
Notei que não eram os ritmos ou as simples melodias formadas por três acordes e mais nada. NÃO ERA ISSO! As letras, meu Deus! COMO NÃO PENSEI NISSO!
Eu as achava chatas. Mas, não era só o fato de serem chatinhas e repetitivas. Como eu disse, tinha mais. Algumas pessoas escreviam algumas letras e me mostravam e eu tinha um medo danado de falar; mas era isso: ta muito comum, previsível demais.
Como eu disse, estudando mais um pouco percebi além de estar muito previsível. Quatro pontos:
Primeiro e, acredito eu, mais importante de todos, fazer música deixou de ter as finalidades relativas a ela no meio cristão. Deixou de ser uma categoria de adoração e louvor a Deus. Ainda neste ponto. Passou a ser uma justificativa para ascensão social. E isto eu quero discutir com cuidado e cautela. Pensando nas ideologias dominantes, no neoliberalismo que tomou conta da vida das pessoas e da veiculação dessas ideologias pelos meios de comunicação, a famosa mídia,a música, deixa de ser uma expressão cultural para ser um método de levar sujeitos a riqueza material. Isso se deu pela propagação da extrema pobreza em contrapartida da propaganda; do incentivo ao consumo. Tão exagerado que não consegue cumprir o que propõe.
Uma sociedade de ideologia consumista, mas não consumista porque não tem condições de adquirir tudo o que se lhes apresenta. Porque não são apenas bens tangíveis; os sentimentos, emoções também são comercializados. Essas concepções influenciam o sujeito de forma que, sem notar, ele deseja possuir, possuir e possuir. Acontece que para que ele possua ele tem que ter recursos para investir. E ele vai vender tudo o que tem pra que possa alcançar esse ideal. Nem que seja o próprio dom. Sem perceber, nos vemos entrando em contradição com Romanos 12;1 e 2. Tão conhecido e citado nos textos e preleções. As pessoas acham que não se conformar e não se moldar ao “mundo” é não beber, não fumar, não matar, não roubar. Não que não seja ruim, acontece que não é só isso. Não se moldar é não se deixar levar também, por ideias ditas como absolutas que vão contra o que o evangelho de Cristo propõe.
Esses dias eu estava ouvindo um certo cantor “gospel” dando uma entrevista. E confesso que não fiquei chocada não. Quando você pega o histórico das músicas que o camarada canta e comercializa, você já tem uma ideia do que vem por aí. Ele solta uma história de que fala pro filho que tocar bateria é bom, é legal, mas não vai dar a ele o status maior que o de um cantor. Ah, sério que eu nem quis terminar de ver isso.
Quem ta envolvido nesse meio musical vai saber exatamente do que eu to falando. Por eu ter estudado música, acredito ser afinada, sei cantar. E o que eu já ouvi de gente, ao me ver e ouvir cantando, me incentivando a gravar um CD porque eu ia ficar rica (dentro da igreja isso) é brincadeira. Muitas propostas pra gravar com fulano e ciclano! E não vou longe, da minha própria família! Quantas vezes ouvi galera falando pra eu cantar em determinados eventos porque vai estar lá uma determinada celebridade que pode me promover. SIM, meus caros. Lamentável como eu sou chata! (RISOS) Na maioria das vezes eu fazia uma careta e virava as costas. De modo que gente me chamava de insuportável, nariz empinado e que não sabia aproveitar oportunidades. Oportunidade de quê? De ficar rica?
Não é esse o meu desejo. Eu não quero! Não preciso ficar rica. E você nota que a pessoa quer mesmo é que você ganhe muito dinheiro quando fala a sua proposta: Eu por exemplo tenho ideia de montar uma escola de música gratuita na igreja pra ajudar e ensinar as pessoas um pouco mais sobre isso. PERDA DE TEMPO!
O segundo ponto e não menos importante, também ligado ao primeiro, é que as músicas são feitas pra multidão.
A ideia é a seguinte: Faz-se música fácil que todo mundo canta junto. E isso de “todo mundo canta junto” eu chamo de “A boiada”.
Galera levanta a mão, pula, gira “owowo” e “UHUUUL, SOMOS LIVRES”
Essa ideologia de boiada é tão perigosamente destrutiva que leva as pessoas a um precipício mental e espiritual. É tanto “EÔ” “Lálálá”. E AI DE VOCÊ SE NÃO LEVANTAR A MÃO E NÃO PULAR. “Ah, não é espiritual”
Outro ponto que eu me preocupo muito. Muitos desses mesmos cantores carregam consigo a ideia de romantização da adoração a Deus. E eu poderia ter um receio ao falar nisso, mas é tão obvio que poucos notam e não tenho medo de expor não.
Alguns podem até alegar que é uma expressão individual e que Deus aceita. A questão aqui não é essa. E, por favor não confundam.
As mesmas expressões que a gente vê corriqueiramente nas novelas e filmes românticos são usadas nas músicas. Do tipo: “Quero te tocar”, “Sentir teu cheiro”, “Quero te abraçar”, “Quero te beijar”, “Sentar no teu colo”, “Vem me tocar”, “tirar teu fôlego” (sim, existe uma música assim mesmo)… entre outras do mesmo nível.
Você pode dizer: Isso é insignificante! Não é. O que se percebe é uma boiada de homens (agora falo do sexo masculino) com uma romantização com Deus como se ele fosse um parceiro amoroso. Não estamos falando sobre sermos a noiva do cordeiro e por favor, eu me recuso a achar que essa analogia seja romântica. E isso é tão notório que vemos homens fazendo coreografias e ministrações tão românticas, perdendo uma característica masculina de forma tão sutil.  E a boiada corre para o precipício.
Muitos destes adolescentes (homens) que eu conheci que entraram numa fase dessas, hoje se revelaram homossexuais. Vai me dizer que isso não é preocupante? Eu conheci e acompanhei um processo destes e como é difícil!  Por outro lado, as igrejas não estão preparadas para lidar com isso, porque sabem que foram uns dos vaqueiros que lançaram a boiada precipício abaixo.
Em contrapartida outra característica, preocupante é com as mulheres. Eu fico transtornada quando ouço algumas letras e ritmos cantados pelas mulheres, principalmente no meio pentecostal. São determinadas, destemidas, pisam no “inimigo” e ai de quem se aproximar dela que ela quebra! (risos). Comparando com o funk cantado por mulheres na atualidade, são muito próximas. As famosas “recalcadas” são as inimigas que vão ver minha vitória. A vitória é uma coisa que não entendo. A bíblia diz que já somos vitoriosos em Cristo Jesus, somos mais do que vencedores. Daí eu fico querendo saber quem é a tal Vitória dessas músicas, porque ela já ta famosa.
Isso me faz ver e entender porque é que algumas igrejas têm sérios problemas com mulheres de pastor; As PASTORA. (rsrs) Elas dominam a igreja, os púlpitos, os conjuntos, a contabilidade da igreja. DOMINAM TUDO. E aí de quem tentar acabar com o MINISTÉRIO delas. Por outro lado, os homens bananas estão sendo românticos com Deus.
E a boiada se joga!
Encerrando. Tudo isso possui uma coisa em comum. Deixamos de conhecer a Deus em sua palavra. Nos envolvemos com o mundo, com ideias, desejos. Deixamos de pensar como igreja universal e pensamos como igreja individual. Outro aspecto do neoliberalismo. Estava ouvindo e pensando em uma música da atualidade, que creio eu, vai sumir nas paradas de sucesso.  Observe a contradição
“Deus MEU, pai MEU, amor MEU. Tudo” (Não, ele não escreveu tudo meu)- Cristo: “Pai NOSSO… o pão NOSSO dá-nos hoje… Perdoa as NOSSAS dívidas..”
Deus: “FAÇAMOS o homem a NOSSA imagem e semelhança.”
Difícil pensar em cristianismo dessa maneira.
O que fica pra pensarmos agora é no seguinte, parafraseando Geraldo Vandré em Disparada: Nessa boiada somos bois?

Observando o mundo cristão comecei a pensar em algumas coisas. Estudei música durante uns sete anos da minha vida. E por causa disso, achei que eu era fresca mesmo em relação a estilos musicais, cara, posso até ser um pouco chata, exigente e particularmente não sou muito fã de música estrangeira. Mas isso já são outros quinhentos. Até porque a música brasileira é uma miscelânea de músicas estrangeiras, mas como eu disse, esse não é um assunto para ser discutido aqui. Vamos logo ao que interessa.
Andei frequentando algumas igrejas. Ouvindo algumas rádios evangélicas, participando de corais e de grupos de “louvor”. Acontece que essa ideia de que eu era muito chata com música sempre me atormentava. Em todo caso, um levantar de ombro e um “deixa pra lá” me consumia, só que não me fazia satisfeita. Tem alguma coisa errada nisso tudo. Não é possível.
Aqui não estou falando só de estilos musicais nem de teoria. Até porque eu nem cobrava muito de ninguém saber um pouco de partitura ou de teoria musical que eu tinha estudado durante alguns anos. Os estilos às vezes são chatinhos, mas ainda assim, não era o ritmo quem estava me incomodando.
Daí por diante achei por bem me calar um pouco, porque poderia até perder “amizades”. Mas aí a gente entra na universidade, começa a ter mais acesso a algumas teorias, ideologias e passa a observar as coisas com outro olhar. Até a música secular começou a deixar de fazer sentido pra mim. Porque, não sei, tinha alguma coisa errada. Eu sabia que tinha!
Estudando um pouco de Marx por aqui, Weber por ali, Paulo Freire acolá, daí você começa a entrar em conflito. Nesse momento notei a necessidade de estudar um pouco mais de teologia. Eu já tinha estudado um pouco, fui estudar um pouco mais. Fiz um tempinho de teologia daqui, enchi o saco do meu pai teólogo dali, li uns texto e uns livros. E realmente, tinha coisa errada. Aliás, tem!
Notei que não eram os ritmos ou as simples melodias formadas por três acordes e mais nada. NÃO ERA ISSO! As letras, meu Deus! COMO NÃO PENSEI NISSO!
Eu as achava chatas. Mas, não era só o fato de serem chatinhas e repetitivas. Como eu disse, tinha mais. Algumas pessoas escreviam algumas letras e me mostravam e eu tinha um medo danado de falar; mas era isso: ta muito comum, previsível demais.
Como eu disse, estudando mais um pouco percebi além de estar muito previsível. Quatro pontos:
Primeiro e, acredito eu, mais importante de todos, fazer música deixou de ter as finalidades relativas a ela no meio cristão. Deixou de ser uma categoria de adoração e louvor a Deus. Ainda neste ponto. Passou a ser uma justificativa para ascensão social. E isto eu quero discutir com cuidado e cautela. Pensando nas ideologias dominantes, no neoliberalismo que tomou conta da vida das pessoas e da veiculação dessas ideologias pelos meios de comunicação, a famosa mídia,a música, deixa de ser uma expressão cultural para ser um método de levar sujeitos a riqueza material. Isso se deu pela propagação da extrema pobreza em contrapartida da propaganda; do incentivo ao consumo. Tão exagerado que não consegue cumprir o que propõe.
Uma sociedade de ideologia consumista, mas não consumista porque não tem condições de adquirir tudo o que se lhes apresenta. Porque não são apenas bens tangíveis; os sentimentos, emoções também são comercializados. Essas concepções influenciam o sujeito de forma que, sem notar, ele deseja possuir, possuir e possuir. Acontece que para que ele possua ele tem que ter recursos para investir. E ele vai vender tudo o que tem pra que possa alcançar esse ideal. Nem que seja o próprio dom. Sem perceber, nos vemos entrando em contradição com Romanos 12;1 e 2. Tão conhecido e citado nos textos e preleções. As pessoas acham que não se conformar e não se moldar ao “mundo” é não beber, não fumar, não matar, não roubar. Não que não seja ruim, acontece que não é só isso. Não se moldar é não se deixar levar também, por ideias ditas como absolutas que vão contra o que o evangelho de Cristo propõe.
Esses dias eu estava ouvindo um certo cantor “gospel” dando uma entrevista. E confesso que não fiquei chocada não. Quando você pega o histórico das músicas que o camarada canta e comercializa, você já tem uma ideia do que vem por aí. Ele solta uma história de que fala pro filho que tocar bateria é bom, é legal, mas não vai dar a ele o status maior que o de um cantor. Ah, sério que eu nem quis terminar de ver isso.
Quem ta envolvido nesse meio musical vai saber exatamente do que eu to falando. Por eu ter estudado música, acredito ser afinada, sei cantar. E o que eu já ouvi de gente, ao me ver e ouvir cantando, me incentivando a gravar um CD porque eu ia ficar rica (dentro da igreja isso) é brincadeira. Muitas propostas pra gravar com fulano e ciclano! E não vou longe, da minha própria família! Quantas vezes ouvi galera falando pra eu cantar em determinados eventos porque vai estar lá uma determinada celebridade que pode me promover. SIM, meus caros. Lamentável como eu sou chata! (RISOS) Na maioria das vezes eu fazia uma careta e virava as costas. De modo que gente me chamava de insuportável, nariz empinado e que não sabia aproveitar oportunidades. Oportunidade de quê? De ficar rica?
Não é esse o meu desejo. Eu não quero! Não preciso ficar rica. E você nota que a pessoa quer mesmo é que você ganhe muito dinheiro quando fala a sua proposta: Eu por exemplo tenho ideia de montar uma escola de música gratuita na igreja pra ajudar e ensinar as pessoas um pouco mais sobre isso. PERDA DE TEMPO!
O segundo ponto e não menos importante, também ligado ao primeiro, é que as músicas são feitas pra multidão.
A ideia é a seguinte: Faz-se música fácil que todo mundo canta junto. E isso de “todo mundo canta junto” eu chamo de “A boiada”.
Galera levanta a mão, pula, gira “owowo” e “UHUUUL, SOMOS LIVRES”
Essa ideologia de boiada é tão perigosamente destrutiva que leva as pessoas a um precipício mental e espiritual. É tanto “EÔ” “Lálálá”. E AI DE VOCÊ SE NÃO LEVANTAR A MÃO E NÃO PULAR. “Ah, não é espiritual”
Outro ponto que eu me preocupo muito. Muitos desses mesmos cantores carregam consigo a ideia de romantização da adoração a Deus. E eu poderia ter um receio ao falar nisso, mas é tão obvio que poucos notam e não tenho medo de expor não.
Alguns podem até alegar que é uma expressão individual e que Deus aceita. A questão aqui não é essa. E, por favor não confundam.
As mesmas expressões que a gente vê corriqueiramente nas novelas e filmes românticos são usadas nas músicas. Do tipo: “Quero te tocar”, “Sentir teu cheiro”, “Quero te abraçar”, “Quero te beijar”, “Sentar no teu colo”, “Vem me tocar”, “tirar teu fôlego” (sim, existe uma música assim mesmo)… entre outras do mesmo nível.
Você pode dizer: Isso é insignificante! Não é. O que se percebe é uma boiada de homens (agora falo do sexo masculino) com uma romantização com Deus como se ele fosse um parceiro amoroso. Não estamos falando sobre sermos a noiva do cordeiro e por favor, eu me recuso a achar que essa analogia seja romântica. E isso é tão notório que vemos homens fazendo coreografias e ministrações tão românticas, perdendo uma característica masculina de forma tão sutil.  E a boiada corre para o precipício.
Muitos destes adolescentes (homens) que eu conheci que entraram numa fase dessas, hoje se revelaram homossexuais. Vai me dizer que isso não é preocupante? Eu conheci e acompanhei um processo destes e como é difícil!  Por outro lado, as igrejas não estão preparadas para lidar com isso, porque sabem que foram uns dos vaqueiros que lançaram a boiada precipício abaixo.
Em contrapartida outra característica, preocupante é com as mulheres. Eu fico transtornada quando ouço algumas letras e ritmos cantados pelas mulheres, principalmente no meio pentecostal. São determinadas, destemidas, pisam no “inimigo” e ai de quem se aproximar dela que ela quebra! (risos). Comparando com o funk cantado por mulheres na atualidade, são muito próximas. As famosas “recalcadas” são as inimigas que vão ver minha vitória. A vitória é uma coisa que não entendo. A bíblia diz que já somos vitoriosos em Cristo Jesus, somos mais do que vencedores. Daí eu fico querendo saber quem é a tal Vitória dessas músicas, porque ela já ta famosa.
Isso me faz ver e entender porque é que algumas igrejas têm sérios problemas com mulheres de pastor; As PASTORA. (rsrs) Elas dominam a igreja, os púlpitos, os conjuntos, a contabilidade da igreja. DOMINAM TUDO. E aí de quem tentar acabar com o MINISTÉRIO delas. Por outro lado, os homens bananas estão sendo românticos com Deus.
E a boiada se joga!
Encerrando. Tudo isso possui uma coisa em comum. Deixamos de conhecer a Deus em sua palavra. Nos envolvemos com o mundo, com ideias, desejos. Deixamos de pensar como igreja universal e pensamos como igreja individual. Outro aspecto do neoliberalismo. Estava ouvindo e pensando em uma música da atualidade, que creio eu, vai sumir nas paradas de sucesso.  Observe a contradição
“Deus MEU, pai MEU, amor MEU. Tudo” (Não, ele não escreveu tudo meu)- Cristo: “Pai NOSSO… o pão NOSSO dá-nos hoje… Perdoa as NOSSAS dívidas..”
Deus: “FAÇAMOS o homem a NOSSA imagem e semelhança.”
Difícil pensar em cristianismo dessa maneira.
O que fica pra pensarmos agora é no seguinte, parafraseando Geraldo Vandré em Disparada: Nessa boiada somos bois?
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