Deus é Justo | Ampulheta 50

Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema: Deus é justo!

Imagem de fundo com uma ampulheta em preto e branco. Na frente o nome do podcast (Ampulheta) escrito em laranja e cercado por um quadro também em laranja. No canto superior esquerdo, está escrito "50", referente ao número do episódio. No canto inferior direito está escrito o título do episódio: Deus é jsuto. Abaixo do título do episódio está escrito o nome do autor: Giancarlo Marx.

Deus é amor, mas também é justiça! Quantas vezes você já ouviu isso? Eu já ouvi várias. A maior parte delas (pra não dizer todas) colocavam essas duas características de Deus como se fossem opostas. Como se Deus tivesse que ser menos amoroso pra ser justo, ou menos justo pra ser amoroso.

O fato é que nas nossas cabeças os conceitos de justiça e graça soam mesmo antagônicos.

Quando falamos em Justiça a primeira imagem que nos vêm à mente é a definição clássica: “dar a alguém o que lhe é de direito”. Mas será que esta frase resume completamente o conceito de justiça?

Claro que não.

Dar a alguém o que é de direito é a base da justiça meritocrática, também conhecida como justiça retributiva. Esta ideia ficou popularmente conhecida a partir da lei de talião: Olho por olho e dente por dente.

A proposta desta lei era a de não permitir que uma reprimenda ou vingança fosse desproporcional ao insulto cometido. Alguém roubou uma galinha? Eu mato todos os animais do celeiro dele. Pisou no meu pé? Corto-lhe o braço fora. Isso seria justo? Claro que não.

A justiça deve antes ser proporcional, sob pena de termos uma escalada infinita de violência. E este é um conceito primordial de justiça, mas está longe de definir sua totalidade.

Isso porque há pelo menos outras três formas de justiça além da retributiva, e eu vou tratar de apenas uma delas aqui: Aquela que chamamos de justiça distributiva.

Para isso cito a parábola de Jesus descrita em Mateus 20:1-16

“Pois o reino dos céus é como o dono de uma propriedade que saiu de manhã cedo a fim de contratar trabalhadores para seu vinhedo. Combinou de pagar uma moeda de prata por um dia de serviço e os mandou trabalhar.

Às nove da manhã, estava passando pela praça e viu por ali alguns desocupados. Contratou-os e disse-lhes que, no final do dia, pagaria o que fosse justo. E eles foram trabalhar no vinhedo. Ao meio-dia e às três da tarde, fez a mesma coisa. Às cinco da tarde, estava outra vez na cidade e viu por ali mais algumas pessoas. ‘Por que vocês não trabalharam hoje?’, perguntou ele. ‘Porque ninguém nos contratou’, responderam. Então o proprietário disse: ‘Vão e trabalhem com os outros no meu vinhedo’.

Ao entardecer, mandou o capataz chamar os trabalhadores e pagá-los, começando pelos que haviam sido contratados por último. Os que foram contratados às cinco da tarde vieram e receberam uma moeda de prata. Quando chegaram os que foram contratados primeiro, imaginaram que receberiam mais, contudo, também receberam uma moeda de prata.

Ao receber o pagamento, queixaram-se ao proprietário: ‘Aqueles trabalharam apenas uma hora e, no entanto, o senhor lhes pagou a mesma quantia que a nós, que trabalhamos o dia todo no calor intenso’. O proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, não fui injusto. Você não concordou em trabalhar o dia inteiro por uma moeda de prata? Pegue seu dinheiro e vá. Eu quis pagar ao último trabalhador o mesmo que paguei a você. É contra a lei eu fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque fui bondoso com os outros?’.

Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

Consigo imaginar a cara daqueles que trabalharam o dia todo ao verem que os atrasadinhos haviam recebido por um dia inteiro. Eles devem ter esfregado as mãos e pensado: “Se eles que trabalharam só uma hora estão recebendo tudo isso, é hoje que eu tiro a barriga da miséria! Vou ganhar por uma semana inteira!” E eles estariam certos, a partir de uma ótica da justiça retributiva. Mas este não era o tipo de justiça aplicado pelo senhor da parábola.

Ao invés de fazer as contas baseado no mérito, na quantidade de horas trabalhadas, este senhor calculou o pagamento de seus trabalhadores com base na necessidade deles. É que uma moeda de prata era o suficiente para passar o dia com o mínimo de dignidade. Pagar menos que isso significaria submeter os trabalhadores que foram contratados ao longo do dia à fome. Isso é justo?

De acordo com o saudoso Robinson Cavalcanti, “A missão da Igreja é manifestar aqui e agora a maior densidade possível do Reino de Deus que será consumado ali e além.”

Diante desta sociedade que só conhece a justiça retributiva, eu não tenho dúvida que é papel da igreja (mais do que ninguém) o de impregnar este mundo com o doce aroma da justiça distributiva. Mas para isso precisamos sondar nossos corações a fim de encontrar neles um solo fértil para esta justiça divina.

Comece analisando: que sentimento toma o teu coração quando você vê um menino pobre usando um tênis melhor que o seu? Quando descobre que a jovem que limpa sua casa está fazendo faculdade? Ou quando vê numa rede social a imagem de uma marmita do MTST com uma farta porção de camarão?

Você se alegra porque o garoto juntou dinheiro pro tênis, a menina conseguiu uma bolsa de estudos e os sem teto receberam uma doação de acarajé? Ou se indigna?

Vai pensando aí…

Um forte abraço e até o próximo Ampulheta.

PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx

COISAS ÚTEIS:
– Duração: 07m32s
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Todos os “Ampulheta”

CITADOS NO PROGRAMA:
Lei de talião
Mateus 20:1-16

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