Na trilha da maternidade #3

Faz alguns meses que escrevi sobre maternidade aqui, e eu e o Jonatha vivemos algumas mudanças desde então. Apesar de ainda estarmos na fila do SUS para fazermos todos os exames necessários que atestarão ou não nossa infertilidade, há alguns meses Deus colocou no nosso coração a certeza e a clareza de que seremos pais através da adoção.

Muita gente, quando ouve esta resposta após perguntar sobre ainda não termos tido filhos, acaba se traindo pela cara que faz e pela resposta padrão que me dá: “Não se preocupem. É muito normal casais terem filhos biológicos após a adoção”. Minha antiga psicóloga já me disse isso, entre tantas outras pessoas. Confesso que no começo dessa trilha, quando a possibilidade de não ter filhos biológicos ainda sangrava muito dentro de mim, ouvir esse tipo de afirmação me dava esperança e me fazia sonhar com este caminho. Hoje de forma alguma passei a não querer ter filhos biológicos, mas isso não é mais uma questão para mim, está nas mãos de Deus. Como já disse anteriormente, a adoção era uma coisa que nós cogitávamos, mas “no futuro, depois de filhos biológicos”, porém Deus tem caminhos para nossas vidas que às vezes nos pegam no contrapé e nos fazem repensar escolhas anteriormente feitas.

Este processo de cicatrização do desejo frustrado não foi rápido nem fácil. Há muita oração envolvida até hoje, muitos momentos de reflexão e conversa com Deus, mas uma coisa que tem me ajudado muito neste processo é a leitura do livro Adoção: sua extrema prioridade para famílias e igrejas cristãsda Editora Monergismo. Eu soube deste livro através da Carol Bazzo, que está vivendo a adoção com seu marido. Ela indicou a leitura dele pelo aplicativo The Pilgrim, que tem sido outra benção na minha vida nos últimos meses.

O livro citado acima aborda a adoção numa perspectiva tanto prática quanto teológica, relacionando o processo de adoção pelo qual o autor e sua esposa passaram com a adoção que todos nós vivemos através de Cristo Jesus, fazendo parte do povo escolhido de Deus através de nossa conversão. O autor é pastor, passou por todo um sofrimento em relação à infertilidade e tem um testemunho muito bonito em relação à adoção de seus filhos. Ao longo da leitura (ainda não concluída) me vi chorando, rindo e parando para a orar a Deus por mim, pelo Jonatha, pelos filhos que teremos e pela nossa família. O livro nos leva até a refletir sobre o papel da nossa igreja local no acolhimento de crianças e famílias de adoção, e como cada um de nós pode ser um pouco responsável por isso.

A nova luta a ser enfrentada agora é a espera, novamente. O processo entre dar entrada na papelada, receber o aval positivo para entrar na fila e, posteriormente ser chamado para conhecer uma criança pode levar anos. Então, novamente Deus estará trabalhando a minha ansiedade em meu coração, as nossas questões em relação à estabilidade financeira e provisão, e como aprendi no livro do Moore, nos preparando para sermos bons pais. “Que venha sem demora…”

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