O Pescador Encantado | Ampulheta 18

Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema “O Pescador Encantado”.

Esses dias atrás me chamaram pra tocar na inauguração de uma escola de música. Então me apresentaram, no meio do repertório, a música “Lua e Flor”, de Oswaldo Montenegro. Ouvindo a canção por duas semanas seguidas preciso confessar que me impressionei com a poesia e com a melodia. Trata-se de uma canção que fala de um amor utópico, absolutamente equivocado, e visivelmente imaturo. Uma coisa linda.

Mas um verso em especial me chamou mais a atenção que os demais. Ele diz assim:

“Eu te amava como o pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu te amava como jamais poderia se soubesse
Como te encontrar.”

Logo nas primeiras ouvidas este trecho me lembrou o convite de Jesus a Pedro, André, Tiago e João. “Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens”. E quais redes seriam necessárias pra pescar homens? Foi isso que Jesus apresentou a eles nos três anos seguintes.

Enquanto caminharam juntos todas as ferramentas necessárias foram entregues e toda a técnica necessária foi ensinada. E ao fim deste tempo Jesus juntou eles ao grupo de 70 pessoas que o seguiam mais de perto (dentre eles esses 4 pescadores da Galileia) e disse: “Agora vocês vão de dois em dois pelas cidades. Curem os enfermos, e anunciem o evangelho do Reino”.

Qual foi a surpresa desses caras quando eles retornaram. Senhor, até os demônios nos obedecem pela sua autoridade!” – Lucas 10:17.

E Jesus (nada impressionado) respondeu a eles:

“Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo. Nada lhes causará dano. Mas não se alegrem porque os espíritos impuros lhes obedecem; alegrem-se porque seus nomes estão registrados no céu”. – Lucas 10:19-20.

Ao contrário dos discípulos, Jesus não encantou-se com a obediência dos demônios, mas sim com a conversão das pessoas.

Trazendo isso para os versos de Oswaldo Montenegro, daria pra dizer que, enquanto os discípulos estavam admirados com a beleza das redes, seu funcionamento preciso, a qualidade dos seus fios, Jesus apontava na outra direção. Ele apontava para os peixes que eram retirados mar.

Como é fácil nos encantarmos com estratégias, roupagens, estilos litúrgicos, técnicas de discurso, estruturas religiosas… e nos esquecermos do real motivo disso tudo existir. Somos como uma criança que brinca com uma caixa colorida e ignora diligentemente o presente que veio em seu interior.

Ah, que bom seria se nós soubéssemos como encontrar este presente. Nunca mais o amaríamos desta forma utópica, absolutamente equivocada, e visivelmente imatura. Uma coisa linda.

Noutra ocasião Jesus deu dicas valiosas do disfarce sob o qual ele estaria escondido. Faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. São as características com as quais ele se identifica no texto de Mateus 25:31-46. Bom, mas isso é assunto pra um outro episódio.

Um forte abraço e até o próximo Ampulheta.

PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx

COISAS ÚTEIS:
– Duração: 05m18s
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CITADOS NO PROGRAMA:
– “Lua e Flor” – Oswaldo Montenegro
Mateus 4:19
Lucas 10:1
Lucas 10:17
Lucas 10:19-20

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– O Pescador Encantado | Ampulheta 18

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