Novas construções | Devocional C. S. Lewis

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Screwtape se pergunta sobre o valor da busca do “Jesus histórico”.

“É fácil perceber que uma boa quantidade de escritores cristãos políticos admite que o cristianismo começou a dar errado e a se afastar da doutrina do seu Fundador num estágio bem precoce. O que temos de fazer agora é usar essa ideia para encorajar mais uma vez a concepção do “Jesus histórico”, contrastando com toda a tradição cristã. Na última geração, promovemos a construção de um “Jesus histórico” baseado em aspectos liberais e humanitários; agora, apresentamos um novo “Jesus histórico” com características marxistas, catastróficas e revolucionárias. As vantagens dessas construções, que pretendemos mudar a cada trinta anos mais ou menos, são múltiplas. Em primeiro lugar, todas elas tendem a direcionar a devoção humana para algo que não existe, pois todo “Jesus histórico” é, na verdade, não-histórico. Os documentos dizem o que dizem e não podem ser negados. Assim, cada novo “Jesus histórico” que aparece que tem de ser extraído deles pela supressão de um novo ponto ou pelo exagero de outro, e por uma espécie de suposição (brilhante é o adjetivo que ensinamos as pessoas a usar para esse tipo de coisa); algo sobre o que ninguém arriscaria dez centavos na vida cotidiana, mas que é o suficiente para produzir uma nova safra de Napoleões, Shakespeares e Swifts os catálogos das editoras todos os anos.”

C. S. Lewis – Cartas do Diabo a seu Aprendiz in: Um ano com C. S. Lewis

 

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