Começo este texto com uma confissão: Sempre senti dificuldades para orar!
Desde o início de minha caminhada cristã via pessoas falando sobre os benefícios da oração, de como seria fundamental que cada cristão tivesse esse elo único com o Deus Criador, de como era prazeroso permanecer horas de joelhos clamando ao Senhor. Obviamente ouvia tudo isso e no início tentava por horas me concentrar nas coisas “celestiais” enquanto permanecia em silencio ajoelhado ao lado de minha cama mas confesso com certa vergonha que minha mente era muito dispersa e logo aos dois minutos após o início de minha jornada espiritual já me encontrava pensando sobre a finitude da vida. Para mim, a oração é uma tarefa difícil, e não o refúgio revigorante que representava para Jesus. Sempre lutei para ver as orações como um diálogo, não como um monólogo, mas nem sempre me senti assim. Por vezes me sentia um verdadeiro imbecil quando clamava pela manifestação de um Deus todo poderoso e simplesmente nada acontecia além de meus joelhos começarem a doer.
Já se sentiu assim?
Certa vez li um livro que comparou o ato de orar com o sexo. Pois bem, antes que alguém me desça o verbo vou procurar explicar: Ambas as atividades são repletas de preconceitos. Esperamos, quando não temos a noção muito clara do ato, em ambas as atividades chegar ao ápice. Algo que venha transcender nossa realidade. Algo mágico, diferente e principalmente marcante. Quando isso não ocorre nos frustramos.
É somente quando notamos qual a verdadeira função da oração que passamos a realmente nos satisfazer com ela! A principal finalidade da oração não é tornar a vida mais fácil, nem conseguir poderes mágicos, mas conhecer a Deus. Preciso de Deus mais do que qualquer outra coisa que possa querer Dele e a oração me permite ter uma amizade com quem também é uma pessoa, embora uma pessoa diferente de nós! Alguém que corresponde mais – e não menos – ao significado das palavras. Sabendo disso noto que aprender a dialogar com Deus é um processo que jamais termina, porque somos parceiros desiguais, Deus e eu. Admitir isso, curvar-me diante disso ajuda-me a abrir os ouvidos. Buscar Deus apesar de nossas diferenças ajuda-me a abrir a boca e, depois, o coração. A oração persistente opera mudança em mim, ajudando-me a enxergar o mundo e minha vida pelos olhos de Deus. À medida que o relacionamento progride, percebo que Deus vê minhas necessidades mais claramente que eu mesmo.