Dentro da mistica evangélica, existem alguns aspectos que são profundamente comprometedores de uma fé saudável e revolucionária, como a que Cristo nos apresenta no evangelho, e talvez a pior delas seja, o conceito moderno de conversão.
Tratado como um evento único que marca a a entrada de uma vez por todas de alguém que não conhecia Cristo e que de um momento para o outro se torna cristão, essa “conversão” que se dá entre apelos emocionados dos grandes televangelistas, não é nada mais que um período de tempo insignificantes se comparado com a vida inteira na presença de Jesus.
Não podemos ser ingênuos a ponto de criar formulas para o cristianismo autentico, visto que a própria bíblia, mostra eventos distintos para cada homem e mulher do relato sagrado, logo, a massificação que constituí um fordismo evangelístico, que cria, num só culto, milhares de novos “convertidos” é a antítese do que é, efetivamente, a conversão.
Converter-se, portanto, não é apenas aderir a uma nova regra de conduta mais severa que assegura que os cumpridores terão benefícios na pós vida ou se filiar a um grupo de religioso que mantem rituais entre os membros a fim de que estes tenham a impressão de que são separados do restante da humanidade… Jesus não fez nenhuma dessas duas coisas.
A conversão, para Jesus e seus amigos, era um processo longo, demorado, dolorido, que exigia o investimento do convertido e da comunidade que lhe acolheu. Conversão era um iniciado num ato, mas custava-lhes a vida inteira para se concluir.
Passo a passo, dia a dia, lição a lição, olhar a olhar, o novo convertido, ia lentamente ia abandonando dua vida anterior, deixando para trás tudo que era, abandonando sua própria identidade exclusivista e egoísta, para pouco a pouco, tornar-se mais parecido com o mestre, se parecendo nos olhares, nos sorrisos, nas lagrimas e nos gritos. A vida do recém convertido era lapidada dia a dia e mesmo no final da sua vida, ainda acreditava que precisava melhorar ainda mais para ser parecido com o único que é digno, causando impacto direto em si mesmo assim como na sociedade onde estava inserido.
Essa realidade contrasta com o discurso que ouvimos hoje, a proposta de “VENHA E ACEITE A CRISTO E TUDO VAI MELHORAR NA SUA VIDA”. Cristo não propôs um passe de magica, um sistema religioso com rituais complexos e secretos, revelados apenas aos iniciados ou propôs um seminário que acentua a distinção entre clero e povo… A proposta de Cristo é: Amem a Deus sobre todas as coisas… Ame ao teu próximo como a si mesmo, pois nisso se resume toda a lei, e todos os profetas, todo ritual e todo seminário, isso é SE CONVERTER