Como alguns sabem, este mês foi meu aniversario e por conta desta ocasião, ganhei um presente muito valioso de um casal de amigos ainda mais valiosos. Nada mais nada menos que “Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?”, que de ao BLADE RUNNER (porcamente traduzido como O CAÇADOR DE ANDRÓIDES aqui no Brasil) nada mais nada menos que o melhor filme de ficção cientifica de todos os tempos o gigantesco clássico de Philip K. Dick, gênio da literatura de SciFi pouquissimo conhecido no Brasil que escreveu contos que deram a origem a filmes como O Vingador do Futuro, Screamers, Impostor, Minority Report, O Pagamento, O Vidente e Os Agentes do Destino,
Sem que o autor vomite descrições desnecessárias e cansativas (abraço para R R TOLKIEN) você é imediatamente transportado para uma realidade “pós apocalíptica” ou melhor, pós guerra nuclar, onde o planeta todo fudido é habitado por humanos de segunda classe, a maioria, abalados pela radiação.
Um detetive/caçador de de androides fujões ou defeituosos (a sim… androides são seres humanos geneticamente contruídos para todo tipo de trabalho nas colônias espaciais e são proibidos na terra) é encarregado de capturar 6 dos 8 androides que seu não conseguiu pegar. Some-se a isso o desejo por um animal de verdade que ele tem, para poder aposentar a sua ovelha elétrica (faz o link com o titulo) e que com a grana de aposentar (eufemismo para matar) esses 6 nexus6 (modelo dos androides) ele conseguiria comprar…
Não vou dar spoiller aqui, e como eu sou fã de Scifi, não preciso nem dizer que adorei o livro (não… gostei muito, só adoro a Cristo) pq uma boa historia de scifi tem o poder, assim como uma historia de fantasia, nos levar para uma realidade absurda onde os valores morais são completamente diferentes e por tanto não precisamos nos ligar a moralidade de fazer ou não alguma coisa, e simplesmente recebemos a obra, e tão logo ela termine, um choque de realidade vem a tona, quando confrontamos nossa moralidade com a suposta moralidade inventada pelo autor, e nisso, o livro é FANTASTICO.
Sem muito spoiller, o detetive Rick usa um chamado teste de empatia Voight-Kampff, pois os androides não se teriam empatia por outras criaturas vivas ou coisas assim, e tão logo o teste de positivo para androide, ele poderia aposentar o individuo. Contudo, ao longo do livro, vc vai vendo como os androides tornam-se cada vez mais empáticos e os humanos cada vez mais dependentes de sua caixa de empatia para simular emoções ligadas a sua religião.
Religião, empatia, medo de seus próprios sentimentos, preconceitos… Varias ideias para serem discutidas
O livro tem camadas e pode ser lido apenas como uma trama policial do futuro, o que seria muito chato, mas se for lido como uma trama sobre humanizar-se e desumanizar-se, sobre o valor da vida e sobre o valor dos relacionamentos, ele tem um valor indiscutível.
Só pra contar… é COMPLETAMENTE DIFERENTE DO FILME!
Recomendo a todos que gostam de ler para pensar.