Missão de Guerrilha (ou o que está motivando nossa visão missionária?)

 

Bom, antes de começar, seria interessante colocar algumas referências.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”
Mateus 28:19

“E disse-lhes: Ide por todo omundo, pregai o evangelho a toda criatura.”
Marcos 16:15

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Atos 1:8

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
João 3:16

Este texto não tem a intenção de fazer uma reflexão teoricamente profunda, nem se aprofundar filosoficamente no conceito de missão, mas foi motivado por um questionamento que me faço a cada promoção missionária que é realizada a cada igreja. Será que de fato é o nosso amor a Deus, e o desejo de Honrá-lO e tornar engrandecido o seu nome, ou uma mera disputa de quem tem a maior religião do mundo?

guerrilha

Muitas vezes, para incentivar o cristão a apoiar a obra missionária, fala-se muito da quantidade de pessoas da religião x. Algo do tipo “No Brasilquistão do Norte, tem 2000 pastafarianos por metro quadrado!!!!!”.  Ou “Nos apressemos, estão vindo dezenas de milhares de Engelistas seguidores do deus XYZ ao Brasil e temos de falar logo!”. Ou pode ir além, em uma frase que prefiro deixar em um parágrafo separado para dar um destaque:

Tem mais gente que conhece a COCA COLA do que a Cristo!!!

Nesses momentos eu fico pensando se a mentalidade de mercado realmente se infiltrou na igreja ao ponto do trabalho evangelístico virar uma campanha publicitária para conquistar novos clientes. Que chegamos ao ponto de confundir missão com publicidade traçando objetivos de divulgar mais que empresas que visam lucro.

Que a simplicidade de “Cristo salva e quero levar esta BOA NOVA a quem eu amo” foi ignorada por um punhado de visibilidade no mundo.

Me pergunto se o objetivo do cristianismo é realmente fazer barulho e ser visível por todos. De levar o evangelho como se leva o anúncio de um refrigerante, de somente jogar frases ao vento e não se preocupar com a transformação da pessoa. De confundir “fazei discípulos” com “traz mais membros pra igreja”.

Sei lá, é uma dúvida que tenho, se a tentativa de transformar o evangelho em uma empresa não é “o mundo entrando na igreja” mais que baterias e guitarras usadas na liturgia de um culto.

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