Uma geração cada vez mais solitária…

solidão01Já é do conhecimento de algumas pessoas que frequentam esse depósito de loucuras que estou estudando em uma academia militar. Pois bem, como a faixa etária das pessoas integrantes dessa escola é bem menor que a idade em que me encontro hoje em dia acabo por me inteirar das novas tendências dessa geração em várias áreas, inclusive na azaração.

Hoje estava vendo um dos meus colegas manuseando um aplicativo que tem virado uma verdadeira febre entre os garotos do local. Nele, após um rápido cadastro, você recebe notificações de possíveis pessoas das redondezas com as quais possa iniciar um diálogo para, sair, transar ou qualquer ato para o qual ambos estejam dispostos. O que me assustou foi a quantidade de pessoas que faz uso desses aplicativos atualmente. Foram horas ao lado do rapaz manuseando o aplicativo estudando rostos, analisando frases, elencando aptidões físicas das mais variadas e a fila não parecia ter fim. Em uma rápida conversa com ele fiquei sabendo que, apesar de negarem veementemente ser essa sua intenção, as mulheres com as quais ele saia quase sempre voltavam a procura-lo no anseio de iniciar um relacionamento duradouro.

Apesar de versátil, inteligente, independente e politizada a geração que temos hoje é mais solitária que nunca. São centenas de baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos ou com posturas que destruiriam qualquer coluna. Chegam sozinhas e saem tão sozinhas quanto entraram. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, apresentam no semblante uma felicidade caricata regada a bebida e drogas. Não é de admirar que  a incidência de suicídios aumente em datas festivas como Natal e ano novo, época em que laços afetivos são mais que importantes. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos “personal dance”. Nas palavras de Arnaldo Jabor “Estamos atualmente com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão “apenas” dormir abraçados.” Talvez depois de tantas inovações o que precisemos mesmo é aprender a amar a moda antiga.

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