Dois cães conversam.
– Cara, meu dono é muito bom!
– O meu também!
– Mas, eu tenho que gritar muito pra ele entender o que eu quero. Ele não obedece ao meu chamar!
– Ora, por quê?
– Por exemplo: quando começo a sentir fome, eu tenho que ficar gritando várias vezes “comida”, “comida” pra ele aparecer com um prato de ração. Certo, ração eu como também, mas, será que ele não entende que eu quero aquela carne assada que ele faz?
– Uai, fala pra ele!
– Mas eu falo! Ele não entende que eu quero mais dele! Fico frustrado, sabe?
– É… entendo.
– O que ele me dá não é exatamente o que eu quero. Quer saber, retiro o que disse. Meu dono não é bom.
– Mas, não sacia sua fome? Ele não cuida de você?
– Cuida… Mas, que tipo de dono é esse que não se importa com os meus desejos?! Estou aqui sofrendo, querendo um pedacinho que for de carne assada e… NADA!
– Sinto muito por você. Ainda bem que o meu dono é realmente muito bom.
– Então me diga, você come carne assada?
– Não.
– Frango assado?
– Não.
– Bacon?
– Não.
– Então seu dono não é bom coisa nenhuma!
– É sim! Eu, às vezes, passo fome e sede sim. Fico doente também, quem não fica? Ele sabe exatamente quando preciso de comida, remédio e atenção. Eu posso, às vezes, ter que esperar um pouco pelas coisas que preciso. Só que sempre chegam na hora certa, é incrível! E eu nem preciso ficar gritando pra ele. Já que ele me dá tudo o que eu preciso, vi que o que eu quero não é nada, comparado ao que eu ganho.
– Sério? Como você consegue?
– Eu apenas entendi de quem é o poder.
Fiquem na paz!