Fazer amor, transar, trepar ou “dá umazinha”. Não sei o nível de intimidade semântica que você coloca no ato sexual. Talvez você seja um ferrenho religioso então acrescentarei a palavra coito ou o bíblico: “conheceu”.
No final da década de 80, época que me converti, sexo antes do casamento estava para a igreja como bater num poodle, filmar e subir para o youtube. Quando sabíamos da gravidez de alguma irmã, vixe, era o fim. Quantas exclusões, constrangimentos públicos, pedido de perdão etc. A moral tinha “moral” naqueles tempos.
A educação sexual da galera era na base do medo. Começava de forma light e gradativamente iam subindo o nível de terror. Saia da ameaça de uma gravidez indesejada até a possiblidade de gerar um “bebê de Rosemary”. Fizeram de tudo para que nenhum casal de namorados trepassem. Muitos casaram virgens com o medo do inferno ou de uma DST. Até aí tranquilo. O problema é que essa “ética” que gerou castos e castas, não foi transferida para os seus filhos. Estes transam, e transam muito. Ah, oram e oram muito. Louvam e louvam muito. Adoram e adoram muito. E continuam transando muito. O que acontece?
Há muito que a vida de devoção e a vida sexual foram descoladas uma da outra. É perfeitamente plausível para os “filhos da castidade”, buscar a presença do Pai, ser preenchido pelo Filho e Ungido pelo Espírito e ter orgasmos maravilhosos e quem sabe múltiplos num quartinho aconchegante com alguém que não é a esposa ou esposo.
O terrorismo que seus pais sofreram não produz nenhum efeito em você . E aí programas de “castificação” da juventude, voltam e revoltam. Movimentos QUEM AMA ESPERA ou Decidi Esperar são válidos? Não sei. Só sei que metodologias do tipo: “Deus-ama-mais-quem-tem-um-hímen-intacto ou quem ainda-não- afogou-o-ganso é tão pernicioso como dizer que negros, indígenas e o Cristiano Machado não possuem alma.
Sexo antes do casamento não é um tabu a ser vencido. É uma orientação sábia de Deus para a vida do homem e da mulher. Não, não acho que quem transa é como “bagaço de laranja” , “uma folha de papel A4 amassada” e nem tão pouco uma “balinha chupada”. Acho que quem está transando fora do casamento tá literalmente de sacanagem um com o outro.
O sexo é muito bom. Dentro e fora do casamento. Hipócrita quem acha que sexo fora do casamento não produz orgasmos. Tolinho. Goza-se litros com contrato matrimonial ou não. O que torna o sexo dentro do casamento melhor também não é a sua segurança. Transa-se com todo cuidado médico mais fora do que dentro do casamento. O que faz o sexo dentro do casamento melhor do que fora?
Obediência. Simples.
Se você deseja servir ao Pai desencana de qualquer outro motivo. Obedecer é um ato de fé e submissão ao criador. E o que Ele deseja é o melhor para você. Transando ou não fora do casamento você, que é filho ou filha, continua sendo filho e filha. Deus não muda para melhor ou para pior toda vez que você Goza. O que resta então é a obediência pela fé. Da mesma maneira que você o ouve sobre o roubo e o assassinato. Ouça-o em relação a sua vida sexual.
Caso você seja casto, seja por convicção, amor, dependência e graça. Não por desejo de um prêmio. Nem se ache a última cocada do pote (apesar de que se você tem mais de trinta, é homem e virgem é provável que seja a última cocada mesmo!)
Caso você esteja transando com sua namorada, ou namorado. Pare. Peça perdão. E entendam que a vida sexual com a conta do cartão, luz, água, os meninos dormindo, falta de tempo, roupa suja para lavar e outro tanto para passar, pode não ter tanto sex appeal, mas é tão bom quanto esse seu sexo dentro do carro, no muro chapiscado ou num quarto de motel longe da pizzaria aonde os irmãos vão ao final do culto.
Deixe de sacanagem!
É isso.
@burjack