Estamos num país, aliás, num mundo que está cada vez tão plural, mas tão plural… Cada dia surge um campo novo de estudo, uma ideia nova a ser implantada, e porque não, teologias novas a serem exploradas.
Teologia da Libertação, da Prosperidade, da Batalha Espiritual, do Processo. Sistemáticas, Monotemáticas. Monoteístas, Politeístas, Calvinistas. Vamos de Jon Hus a Benny Hinn em 15 segundos. Mas podemos passar por uma dona de casa, arrogante, com um filho mimado, que não quer se misturar com a ‘gentalha’, mesmo não parando para pensar que ela é tão ‘gentalha’ quanto os desprezados.
Existe sim, não tente negar. Principalmente depois desta popularização que o meio evangélico ganhou nos últimos anos. A cultura de gueto é cada vez mais forte, e o medo do cristão se misturar com qualquer coisa que não seja ligada em totalidade com a fé cristã é imposto dia a dia.
Juntando este sectarismo, com discursos que mais parecem extraídos de livros de auto-ajuda do que da Bíblia, e acrescentando a esta soma a popularidade crescente dos evangélicos no mercado, como um nicho lucrativo… Vemos um povo que devia ser conhecido pelo amor, sendo conhecido pelo ódio ao diferente, a separação de qualquer coisa que não tenha o nome “Deus” ou não tenha o objetivo de “ganhar almas”. Igrejas que parecem soluções de marketing multinível de deixar qualquer TelexLife ou HerbaFree zunindo de inveja.
Aí eu lembro que em João 17, quando Cristo ora pelos seus discípulos. Não ora por grandes poderes terrenos. Não ora pra que liderem impérios, repúblicas e multinacionais faraônicas. E ainda mais. pede para que eles não sejam tirados do mundo. E sim para que eles continuassem lá, porque havia muito o que fazer. Ser sal para conservar as coisas boas, e ser luz, para iluminar o caminho daqueles que estão em trevas.
Aí eu lembro da igreja em seus primeiros anos. Ninguém planejou um golpe no império, ninguém quis chegar e dar uma chave de braço em Nero pra dominar tudo. Só fizeram o que tinha de ser feito: imitar a Cristo. Tinham falhas, pisavam na bola? Mas é claro! Porque eram humanos. Pecadores como qualquer outro na face da terra, mas a diferença é que o cristão reconhece sua natureza, sua situação, e entende que sem Deus ele não vai chegar muito longe.
Que possamos reconhecer a cada dia um pouco de ‘gentalha’, mas lembrar sempre que o fato de se reconhecer como ‘gentalha’ (logo, salvos por Cristo) não dá o direito de se sentir superior a nenhum ‘ímpio herege gentalhador’.