Conheci Como Nossos Pais, uma composição de Belchior e na voz de Elis Regina somente em 2006 e confesso que me identifiquei na hora com essa música.
Percebo nela uma revolução. Um descontentamento, mas também uma vontade de lutar. Desperta em mim uma revolta interior. Traz à lembrança tanta trajetória, tanto esforço e sacrifício pessoal, mas que no final das contas parece apontar para os mesmos erros do passado.
Eu sempre me interessei por estudar hábitos, manias, coisas que a gente gostaria de não fazer, mas que acaba fazendo (quem se interessar pode começar por ler os mitos gregos de Íxion, Sísifo e Tântalo). Livros que iniciamos, mas que depois abandonamos a leitura sem mais nem menos. O espinho na carne paulino. Faz lembrar também que exigimos muito das outras pessoas, mas pouco ou nada de nós mesmos. Nossas famosas máscaras. Incoerências.
Mas que diante de todo esse esforço – que momentaneamente pensamos ser em vão – é possível vislumbrar algo novo surgindo. Mesmo que seja apenas uma pequena faísca. E isso nos empolga, dá novo ânimo, impulsiona pra frente. Vale à pena então seguir!
Enfim, Como Nossos Pais me lembra sempre que devo amar, me interessar, me importar pelas pessoas. Pessoas são importantes (ainda bem que isso é preceito religioso também). Valorizar mais a família, os amigos, quem está perto e quem está longe. Os amigos virtuais e os reais que nem sequer têm plataforma digital. A pessoa pela pessoa.
É anacrônico não pensar no tempo da ditadura. Mas pessoalmente eu evoco essas lembranças mais pessoais. De uma ditadura que se impõe no âmbito da alma. Que cerca o coração e a mente e fecha a gente para um novo horizonte (O Reino já está no meio de vós!). Começar por transformar meu ambiente interior para então passar pro exterior –e isso simultaneamente. Um trabalho pra vida toda com certeza.
Post do Leitor e uma outra maneira do Leitor do blog dos crentassos se manifestar, contudo, as opiniões colocadas aqui, podem não estar exatamente de acordo com a opinião de um ou mais editores do blog dos crentassos.
