Saudações amiguinhos…
“Para encontrar sua coragem, talvez tudo que vc conhece precise ser abandonado para então ser recontruído”
Neste sábado, dia 29 de dezembro, tive a oportunidade de ir ao cinema apenas com a minha esposa, coisa que não acontecia a muito tempo, pois geralmente vamos em uma muvuca nesse tipo de programa. o filme escolhido você já deve ter percebido lendo o titulo deste post, AS AVENTURAS DE PI (titulo mal traduzido, pois A VIDA DE PI, seria muito mais apropriado, na minha fecal opinião).
O Filme, baseado no livro homônimo que eu não tive a oportunidade de ler, aparenta ser um filme infantil a primeira vista (Filmes com bicho ou animação = infantil, no imaginário brasileiro), mas posso te afirmar que, não é o caso.
No inicio, a conversa entre um com um escritor com problemas de criatividade e o Pi adulto mostra de cara, que o filme não é mais um filme infantil e que veio pra fazer algum questionamento mais profundo, ou seja, o filme diz que você não deveria ter levado seu filho de 3 anos de idade que ficará pedindo para ir ao banheiro e angustiado nas cenas do naufrágio ou na relação entre os protagonistas humano e felino, pra ver o filme (Desculpe, galera, é que tava entalado aqui… Voltemos a programação normal) 🙂
Como disse, não trata-se de uma trama infantil, muito pelo contrário, é um filme que surpreendentemente, mostra a relação de um garotinho indiano com a família, a escola e com o primeiro amor, mas em especial, com a religiosidade e com a fé, (o que são duas coisas bem diferentes), e esta ultima, mais especificamente, a relação do garoto com o divino, é explorada ao longo do filme de maneira tão subliminar, que um desatento com certeza absoluta, não teria a noção da profundida das cenas que se dão, em especial durante o momento em que os protagonistas, humano e felino convivem dentro do bote salva vidas.
Os crentes mais chatos (e também muçulmanos mais chatos) podem achar estranha a relação dele com a fé no inicio do filme pq sempre que se fala de religião, o senso de Dono-da-bola se dispara e acaba cegando para a tentativa de comunicar algo que está por trás das simples imagens capturadas pela câmera… Nessa relação tem mais que apenas aceitar uma determinada religião. Essa relação de RELIGIOSIDADE + AMOR é CHAVE para o filme, segure ela até o final, até a ultima cena… Você não vai se arrepender 🙂
Se vc não tem vergonha de chorar no cinema, vale muito a pena assistir. Além da historia linda e envolvente é claro e da qualidade impecável das lindas cenas, o 3D não é o diferencial da trama, teria o mesmo impacto se fosse um filme preto e branco ou com a qualidade inferior.
ps.: Gerard Depardieu como cozinheiro do barco… a Cereja do bolo 🙂
EXTRA EXTRA!
Acabei de receber por COMMENT do Rodrigo Silva, que esse livro foi acusado de PLÁGIO, e não é só isso: Plágio de um livro de um AUTOR brasileiro… BRASILEIRO!
“Max e os felinos” de Moacyr Scliar é o livro supostamente plagiado…
Compare as capas dos livros para ver oq vc acha 🙂
Segue a seguir um VIDEO com o autor falado sobre a treta
aqui, no site da L&PM editores vc tem acesso a, alem desse video, um texto sobre o assunto. (Entrem lá e no comentário, digam que vcs querem que o blog dos Crentassos sorteie livros deles… Mas tem que ser EM MASSA 🙂 )
ATENÇÃO…
Spoiller Alert
Se você já viu o filme, selecione o texto abaixo (que está em branco) manualmente ou com a combinação de teclas Ctrl + A, para ler, caso não tenha visto, o post termina aqui pra você, deste ponto em diante vou falar coisas que podem estragar a surpresa de quem ainda não viu.
Salve, você que já viu o filme…
No inicio, com a historia que o o tio/amigo do pai tinha sido rodado pelas pernas para sair a água dos pulmões e por isso ele tinha o tórax largo e as pernas finas, talvez e apenas talvez se o cara for muitíssimo sagaz, poderia ter sacado que o filme teria a pegada que tem, mas me perdoem… eu não consegui sacar
A relação dele com o CETICISMO do pai, a RELIGIOSIDADE da mãe e o AMOR do Padre (espero q no livro essas relações sejam mais bem exploradas) é no mínimo de levar qualquer um com boa vontade (Ateu ou crente) a repensar… Muito bom mesmo.. Só não entendi muito bem oque o “Islã” contribuiu nesse momento do filme… Será q no livro tem mais detalhes?
Não sei se você teve a sensação de desconforto que eu tive ao longo do filme inteiro. Pois pra mim, no inicio, quando ele achou a faca e tudo mais, o primeiro objetivo seria matar o tigre e a hiena (Não lembro se ele achou a faca antes ou depois da hiena morrer), porra… é sobrevivência, mermão :). Daí fiquei bolado…
Na hora da ilha, pensei que ia rolar uma parada bem clichê de ter ido pro céu… imaginei até que ele ia encontrar o pai e a mãe dizendo pra ele voltar, não correr pra luz e subitamente ele acordaria todo ferrado num hospital ou resgatado por um barco, alguma coisa assim… NADA!
Quando chega no final e você saca que a macaca era a mãe, a zebra era o Budista Feliz, a hiena era o Gerard Depardieu escrotasso e o tigre era ele mesmo, ou talvez, a coragem que ele nunca tinha visto, minha cabeça simplesmente EXPLODIU e meu cérebro ficou espalhado pela sala de cinema… Achei brilhante…
A cena da ilha que não ficou nada clara pra mim no meio do filme, me fez chorar no final quando saquei que ele tinha devorado o fdp do cozinheiro para sobreviver… QUE TENSO!
Achei desnecessário o autor explicar quem era quem na historia e tal, me deu um tom meio de “como vocês são burros, veja, o tal era tal, o tal era tal…”… Não sei como é isso no livro, mas provavelmente, a historia q Pi contou para os enviados da empresa cargueira do japão deve constar na integra, e essa cena da explicação nem deve existir. Espero 🙂
Bem, achei o filme fodástico… O livro deve ser de arrepiar… Se você já leu, deixe seus comentários comparando uma obra com a outra… Vou ver se consigo ler este ano… Bem é isso!
Lembrem-se: Nos comentários, não coloquem spoillers, caso queiram comentar alguma coisa que vá revelar alguma coisa do filme, me mande por e-mail ou mesmo por inbox no Facebook 🙂
abrass