#ScholeQueÉ – Introdução ao Êxodo – Um povo dentro da lei #003

#ScholeQueÉ – Introdução ao Êxodo - Um povo dentro da Lei #003

Muitos estudiosos consideram o Êxodo o padrão de redenção do Antigo Testamento. Também mostra a continuação da aliança que Javé havia estabelecido com Abraão.

 

O Êxodo também mostra a formação do povo de Israel, de um clã, a escravos; e de escravos a uma nação. Vamos aprender como a Lei dada no Monte Sinai colabora com a aliança no sentido do plano de Deus se desenvolvendo na história.

 

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O nome do livro vem do Grego Exodos, que significa saída, pois o tema principal do livro é a saída do povo de Israel do Egito. O nome em hebraico significa “Estes são os nomes”, pois o mundo antigo nomeava seus escritos com as primeiras palavras do livro.

 

O livro do Êxodo continua a narrativa do povo hebreu no Egito, onde ficaram os descendentes de Jacó durante a fome na Palestina. O livro conta o processo de formação da nação de Israel, ou seja, de uma família ao nascimento do povo de Israel por meio da aliança no Monte Sinai, de acordo com a narrativa dos capítulos 19 a 24.

 

A aliança é o eixo do livro, que mostra o ato redentor de Javé para com o povo que havia escolhido. A saída do povo de Israel no Egito mostra a fidelidade de Javé para com sua própria palavra, e é o ponto máximo da redenção no Antigo Testamento juntamente com o pacto estabelecido no Monte Sinai.

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Baseado na geografia o livro do Êxodo pode ser dividido em três partes:

 

1. Israel no Egito: 1:1 – 13:16

2. Jornada de Israel no deserto: 13:18 – 18:27

3. Israel no Sinai: 19:1 – 40:38

 

O livro do Êxodo liga Gênesis, que nos conta a razão da Aliança, com Levítico, o livro das leis da Aliança para o povo eleito. A repetição dos nomes dos integrantes da familia de Jacó no capítulo 1 faz a ponte entre os relatos do livro com Gênesis, assim como o final do livro descreve a glória de Javé enchendo o tabernáculo (40:34-38) associando a saída do povo de Israel do Sinai liderado pela nuvem (Nm. 10:11-35).

 

A primeira parte narra o livramento do povo da escravidão no Egito por intermédio de Moisés, que teve como porta voz seu irmão Arão. Moisés é incumbido e equipado para realizar esta tarefa, por meio de sinais miraculosos. Este trecho também destaca a paciência de Javé com o povo e a obediência devida às suas ordens. Esta libertação foi realizada com o envio de 10 sinais tanto para os egípcios como os hebreus e terminou com a instituição da páscoa como memorial para as futuras gerações.

A segunda parte explica como Javé converteu ex-escravos em seu povo particular (19:1-6). Para isso ele estabeleceu sua aliança, um tratado com este povo, de acordo com o antigo modelo do povo hitita conforme abaixo:

 

Prefácio

20:2a

Prólogo histórico

20:2b

Condições:

20:3-17(10 mandamentos) e 20:21 – 23:19

Leitura pública

24:7

Lista de testemunhas:

24:1-11

Bênçãos e maldições

23:20-33

 

A terceira parte esclarece os detalhes do tabernáculo e como Javé estabeleceu sua presença entre o povo por meio deste tabernáculo. O trecho também determina a ordenação do sacerdócio de Arão e seus descendentes, que explica a inclusão na genealogia do capítulo 6, legitimando o sacerdócio. A idolatria e a rebelião de Israel são julgados por Javé (32: 1:10), que tem sua ira retira pela intercessão de Moisés. Neste episódio a misericórdia de Javé é demonstrada, o que tornou a renovação da aliança possível (32:11 – 34:17). Este será o comportamento padrão do povo durante todo o Antigo Testamento.

 

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O livro do êxodo é permeado pelos seguintes temas principais:

 

  • A soberania de Javé sobre as divindades pagãs

  • A lei como padrão religioso e social para Israel

  • O Êxodo como evento significativo da Redenção de Israel no Antigo Testamento

  • A presença de Deus simbolizada pelo tabernáculo

 

A mensagem do livro ainda inclui o julgamento do opressor de Israel, o Egito, o livramento da escravidão pelo poder miraculoso de Javé, o estabelecimento de Israel como nação sacerdotal para os os outros povos.

 

Propósitos do livro do êxodo:

 

Histórico

Preservação do registro histórico do povo de Israel, seu livramento e presença no deserto. (6:4)

Teológico

Auto revelação divina. Deus, além de lembrar-se das promessas feitas aos patriarcas, agora revela-se aos seus descendentes (6:2-3)

Didático

Importância do relacionamento de aliança com Javé e a importância da lei como instrumento desta aliança para moldar a identidade de Israel como povo escolhido (23:20-23)

 


Javé

 

O livro de êxodo mostra como Javé se auto-revelou ao povo escolhido de forma progressiva. O nome é geralmente traduzido por “EU SOU”, mas tem implicações muito mais profundas, pois este nome carrega o radical do verbo hebraico ser e pode apontar para a eternidade e auto existência de Deus. Além do seu próprio nome Javé se revelou por outros meios, chamados de teofanias, tais como: o Anjo do Senhor (Ex. 3:2; 14:19), Milagres (Ex. 8:16-19), a sarça ardente (3:2), Sinais da natureza (19:18-20), voz (24:1), nuvem da glória (16:10), coluna de fogo (40:34-38), face a face com Moisés (33:11).

Estas manifestações eram acompanhadas do conteúdo que revelavam a própria essência e caráter de Javé: se lembrava das obrigações da aliança (19:10-15; 25:1-9), Juiz e Salvador (12:27), governa as nações em benefício do povo eleito (15:4-6), santo, mais poderoso que os deuses das nações vizinhas (15:11; 18:10-12), gracioso e misericordioso (32:11-14).

 

Os dez sinais

 

O texto dos dez sinais apresenta, na verdade, a luta cósmica entre Javé e os deuses egípcios, por isso o livro menciona que Javé havia colocado Moisés por “deus” para os egípcios, pois este era tido como uma divindade (Ex. 7:1). O texto, além de sinais, traz também a palavra maravilhas, que pode significar tanto a idéia de milagre como a intensificação dos fenômenos naturais.

 

Esta série de sinais também serviu para evidenciar a predisposição de faraó em não crer em Javé (Ex. 3:19-20), agravado ainda mais pelo endurecimento de seu coração por Deus (Ex. 9:8-12). Após o sexto sinal, aparentemente ele não tinha mais a opção de se arrepender para obedecer à ordem de Javé. É possível que isto seja semelhante ao pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo (Mc. 3:2-30), onde Jesus condena os fariseus por atribuir a belzebu os milagres que ele operava.

O quadro anexo compara os sinais com os deuses egípcios. Mas atenção é apenas um quadro comparativo do panteão egipicio, e não deve ser tomado de forma conclusiva.

 

A páscoa

 

As gerações futuras receberam a ordem de celebrar a páscoa comemorando o grande livramento dado por Javé ao povo escolhido (Ex. 12:13-14). A festa dos pães sem fermento os faria lembrar da grande pressa com que sairam da escravidão (12:11). A dedicação dos primogênitos os lembrariam da misericórdia de Javé, quando poupou os primogênitos hebreus do anjo da morte (12:23).

 

O NT interpreta a páscoa hebraica como um tipo da morte sacrificial de Jesus pelos pecadores (Jo. 1:29; I Co. 5:7). A ceia do Senhor é fundamentada no ritual da páscoa tanto como memorial (Lc. 22:7-30), quanto a expiação feita pelo cordeiro pascal (Ap. 5:6-14).

 

Os dez mandamentos

 

Estão registrados em Êxodo 20:1-17, onde Moisés não é mencionado como mediador, diferentemente do restante da lei. Talvez, para destacar o caráter eterno e perfeito da lei que Javé dava ao povo da aliança, o livro de Êxodo narra que Deus fala diretamente do céu, e não do monte Sinai. Oito, dos dez mandamentos, estão na forma negativa, ou seja, proibições. Isso ressalta o caráter absoluto da lei divina para o povo.

 

Os dez mandamentos podem ser considerados atos da graça divina para com seu povo, pois trouxeram um sentido religioso, ético e social a um imenso grupo que, pouco tempo antes, era apenas escravo. A lei representava o conjunto de regras da aliança firmada entre Javé o povo escolhido. No NT Jesus reduz estas leis a duas dimensões básicas e descata que a essência da lei era justiça, misericórdia e fé (Mt. 23:23).

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Milhoranza

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