O Natal é quando Deus vem ao mundo na forma de frágil criança e não encontra lugar entre os homens, estes fortes adultos.

Se Cristo nos foi apresentado como uma frágil criança, e nos olha a partir de um lugar em que a nossa já tão sofrida sensibilidade social mostra ser um lugar para o não estar, um lugar impróprio, um cocho de animais, deve ter algum motivo para isso, deve haver algum sentido no presépio natalino.

Lembremos que foi a partir do olhar de baixo, dos pequenos desassistidos, que Cristo, quando na forma de pequena criança, em um lugar para não estar, nos viu pela primeira vez.Mais que brinquedos e muito mais que um dia de idolatria consumista, lembremos do mundo damaioria. Que não nos acostumemos ao sofrimento dos pequenos, que esta realidade não seja escondida, como sempre é, nos anúncios consumistas de um dia que não é para todas as crianças.Escrito inicialmente em “A manjedoura e o carrinho de recicláveis, lugares para o não estar. Breve reflexão sobre o “Dia das Crianças”

Posto aqui mensagem de Natal de Ariovaldo Ramos, retirada de seu blog em 20/12.

Natal

“Glória a Deus nas maiores alturas, paz na Terra e boa vontade entre os homens!”

Essa saudação angélica aos pastores, em Belém da Judéia, na madrugada em que nasceu Jesus de Nazaré, anunciava o cumprimento de várias profecias, e a consecução de uma promessa, o nascimento da criança prometida do jardim: o descendente da mulher, que esmagaria a cabeça do serpente, signo do adversário de nossas almas, fomentador da confusão que inviabiliza qualquer relacionamento, seja com o Deus, seja consigo mesmo, seja com o próximo.

O Deus Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), através do Filho, de quem a criança da manjedoura, nascida sob a sombra da cruz, e à luz da ressurreição, é a encarnação, oferecia a sua própria vida para que houvesse paz.

Nesse gesto, ao satisfazer o princípio de justiça, que permite o sustento do Universo, a Trindade eterna semeava o princípio da graça, o princípio do favor imerecido, que permite o perdão.

A Trindade eterna pode perdoar-nos por nossas ofensas. Perdoados, nos reencontramos com o Eterno, e, assim, conosco, pois a identidade de cada um de nós estava nos aguardando em Deus, e fica desvendada a razão de nossa existência: comungar com a Divindade Trina. E, conscientes e movidos pela graça, podemos oferecer ao outro o perdão, que é a condição para a paz, e a semeadura da justiça.

É Natal, Jesus nasceu! O Deus veio ao nosso encontro para que possamos nos achar na existência, e, então, encontrar o outro na vida, que, necessariamente, deve ser compartilhada entre todos, para que a dignidade, que impõe a satisfação das condições necessárias para um viver com a melhor qualidade, seja um bem universal.

Feliz Natal!
©ariovaldo.ramos

 

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