Que mania tinha aquele homem, vinha com suas verdades e deixava o povo embasbacado. Tinha autoridade de quem vivia o que falava.
Pobre de mim, só me resta assumir que tento viver o que falo (ou tento falar o que vivo com todas suas discrepâncias e hipocrisias). Não sou como aquele homem, não tenho coragem de largar tudo pelo eterno, não tenho coragem de abrir minha porta à todos que batem, não cubro aqueles que vão morrer de frio na noite de hoje, e se penso em lhes oferecer abrigo, coloco todas minhas desconfianças em pauta e acredito que essas justificam toda a desobediência que habita em mim.
“Só por Deus mesmo” tem sido meu slogan; vivo de desonras e desencontros, tomo pra mim coisas que não vem de mim, e me alimento do medo e desculpas falsas que sei que não são verdade; vivo da falta de coragem, da falta de fé, de calar a voz mais doce e mais sincera, a única capaz de me levar pra lugares que realmente importam…
Graças a Deus por ter escolhido a misericórdia antes da justiça…
A imagem que ilustra o post é a pintura Cristo Amarelo do pintor pós-impressionista francês Paul Gauguin