Igreja que “fez” a diferença

Pastor Friedrich Coch em saudação nazista

Durante o período do Apartheid (1948-1994) a população majoritária negra que ocupava a África do Sul tinha que viver com uma dura realidade: A que eles descendiam de uma casta “biblicamente” amaldiçoada e por isso eram considerados cidadãos de segunda classe. 
Um negro naquela época deveria sair da calçada se visse um branco transitando por ela de encontro a ele. Em alguns lugares era proibido até mesmo que este usasse calçada. Tínhamos escolas para negros, banheiros para negros e era proibida a entrada de negros em igrejas de brancos.

Esta doutrina era empregada pelo governo e encontrava em seu braço forte (autoridades legalmente constituídas para proteger) reforços através de massacres sistemáticos de todos aqueles que se levantassem contra o regime.
A igreja tinha um papel decisivo neste regime:
Uma das maiores difusoras do ideário Apartheid era a Igreja Renovada Holandesa que foi uma das incentivadoras do regime com suas doutrinas segregacionistas. Os pastores defendiam as idéias racistas porque era um dos “dogmas” de sua instituição e isso causou a morte de dezenas de milhares de cidadãos sul africanos. Paradoxalmente padres católicos eram expulsos do país por não apoiar o regime e até mesmo eram vítimas de atentados. O padre Michael Lapsley, depois de ter sido expulso para o país vizinho por sua política antiapartheid recebeu uma carta endereçada pelas autoridades sul africanas que explodiu em suas mãos.
Nesta mesma época do outro lado do continente os batistas do sul dos EUA se separaram da convenção batista do norte por conta da política antiescravista que estes haviam adotado. Aparentemente os donos de grandes propriedades tinham muito a perder se passassem a considerar os negros como “gente”.
Embora não goste de admitir nós protestantes temos nossas “idades das trevas” também e me dói sobremaneira saber que estes fatos não ocorreram em meio à idade média. Mas sim no auge da idade contemporânea. Qual é nossa desculpa?
Felizmente Deus polvilha Graça em meio ao aparente caos que nós causamos: Apesar das políticas racistas, nossos irmãos africanos aderiram ao cristianismo e mesmo nesta época compareciam em massa em igrejas para adorar ao senhor. Após algumas décadas de humilhações e não antes de uma guerra entre brancos americanos os negros puderam ter gradativamente o lugar que sempre lhes foi devido. O de cidadãos, homens, mulheres, filhos de Deus!

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