
Se assim fosse, ninguém morreria, ninguém ficaria desempregado, todos ganhariam na loteria. Isso mais parece aquele filme com o Jim Carrey “O Todo Poderoso”.
Muitos me perguntam: “A oração pode fazer Deus mudar de idéia?” Eu creio que não, pois se assim fosse, Deus não teria parâmetros para agir, pois cada um de nós pede quase sempre aquilo que nos agrada, e a oração não é para isso. Tiago nos alertou, alguns anos atrás, em sua carta, quanto a isso.
Fora quando nossas orações entram em conflito com as de outras pessoas! Quem Deus atenderá?
Então percebam que, se a oração for usada como propósito para fazer Deus mudar de idéia, ou mesmo convencer Deus a fazer algo do nosso agrado, ele ficaria maluco!
A vida cristã é relacionamento com Deus, não uma tentativa de fazê-lo atender nossos pedidos, por mais honestos que sejam. Não é uma tentativa de persuadir a Deus de que nossa intenção é boa, afinal ele conhece nosso mais profundo ser, e sabemos que nem sempre é assim, sejamos honestos. Não estamos diante de um tribunal divino pleiteando verbas para nosso próprio interesse. Mas, nossa vida cristã tem se parecido muito com isso.
E outra, não fazemos orações apenas de petição, mas parece que a vida cristã, atualmente, se resumiu a isso. Onde estão as orações de louvor? De gratidão? De ação de graças? Onde estão as orações conversa-de-pai-para-filho?
Claro que, em nossos encontros dominicais, podemos ir à frente da igreja e expor nossos pedidos, afinal ele nos ouve. Mas, o que eu proponho aqui é uma mudança de mentalidade com relação ao clamor.
Que as nossas orações sejam, não uma tentativa de fazer Deus mudar de idéia, isso não é possível, pois o que ele planejou será executado; mas sim sejam como as do nosso Senhor Jesus.
Vamos analisar o modelo de oração que ele nos deixou, e ver onde estamos errando em nosso relacionamento com Deus.
Pai nosso que está no céu
Santificado seja teu nome
Santificado seja teu nome
Jesus começa engrandecendo a Deus pelo que ele é (nosso pai) e declara seu atributo de santidade. Aqui o filho reconhece como é o seu pai, e reconhece sua soberania.
Venha a nós o teu reino e seja feita a tua vontade
Assim na terra como é feita no céu
Assim na terra como é feita no céu
Nesta parte o filho pede que os valores do reino façam parte da sua vida, e a vontade de seu pai seja plenamente estabelecida. O filho sabe que o pai é soberano, e que nada escapa ao seu controle.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje
Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores
Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal
Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores
Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal
Aqui entra a seção dos pedidos. Notem os pedidos que são feitos. Uma ínfima parte desta oração é para nosso próprio deleite físico e material (o pão de cada dia). Mesmo assim, é um pedido não extravagante, que reflete nossa necessidade e não nossos desejos. O restante da petição é sempre em relação a nosso próximo (perdão das nossas dívidas), e em relação a Deus (não cair em tentação, que leva ao pecado).
Pois teu é o reino, o poder e glória, para sempre.
Nesta parte exercemos nosso papel como adoradores, reconhecendo mais uma vez, toda a soberania de Deus.
Podemos concluir, de acordo com o modelo de oração de Jesus, que apenas 12% de toda a oração é dedicada a nosso próprio interesse.
A maioria da oração modelo de Jesus é direcionada ao reconhecimento da soberania de Deus, nossa adoração a ele, e nossa relação com o próximo, bem de acordo com a Missão Integral de Jesus quando esteve fisicamente entre nós.