O evangelho de Cristo é um evangelho de ação: vão e preguem a palavra, amem o próximo e assim vai. Além de transformação pessoal, a pregação do evangelho é pra que o reino seja levado por todos aqueles que fazem parte dele. Levado com suas as próprias mãos. Porém, e esse porém é importante, com amor e gentileza.
Nossa luta não é contra governos, contra o Estado ou contra as autoridades. Nossa luta é muito maior que essa. E essa luta é nossa, não do Estado.
Toda vez que um crente reclama da violência e que falta polícia na rua, ele peca porque é papel desse crente defender os outros da violência, até porque, essa vilência é um pecado institucionalizado do nosso mundo. E, aqui entra aquele porém ali de cima, não se acaba com violência com mais violência — não se paga o mal com mal — se acaba com a violência com gentileza e amor, com desenvolvimento humano e social, com gente que leva esperança praqueles que não tem mais. Toda vez que se reclama da falta de educação e saúde por falta do Estado, se terceriza um dever que é nosso, dos cristãos, o dever de levar vida em abundância praqueles que se aproximam da morte devido a maldade desse mundo.
Eu sou bem anárquico no sentido que não me importo com o que o governo faz ou deixa de fazer, porque meu papel no mundo continua o mesmo. Sempre. Aqui eu puxo o livro de Ester. Se alguém baixar uma lei que vai contra o papel que me foi dado por Deus, eu vou pagar as consequências de descumprir essa lei com a mesma gentileza que luto contra a violência. Se um governante disser que vai matar todos aqueles que não se ajoelharem para Hamã, todo o povo que desobedece essa lei será morto, aceitando seu fim pacificamente.
Da mesma forma que se eu vejo que o Estado está descumprido algo que, supostamente, é seu papel, eu, como cristão, tenho o dever de fazer aquilo que o Estado está deixando de fazer. César cumpre o que lhe convém. Cada governante tem sua agenda. Seus valores são desse mundo. Já os meus são bem maiores, e não existe Estado ou governo que vá diminuir o poder dos valores que Deus nos deu.
A imagem que ilustra esse post se chama “Revolução francesa após uma pintura” do francês Pierre Antoine Demachy
Kyrie Eleyson