Estão Mudando a Bíblia? (Parte 3) | Ampulheta 71

Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema Estão Mudando a Bíblia (parte 3).

Imagem de fundo com uma ampulheta em preto e branco. Na frente o nome do podcast (Ampulheta) escrito em laranja e cercado por um quadro também em laranja. No canto superior esquerdo, está escrito "71", referente ao número do episódio. No canto inferior direito está escrito o título do episódio: Estão mudando a Bíblia? Parte 03. Abaixo do título do episódio está escrito o nome do autor: Giancarlo Marx.

Nos episódios anteriores falamos sobre as variações textuais das línguas originais, incluindo trechos mais longos e mais curtos, como resultado do trabalho dos copistas. Também falamos sobre a bagagem cultural dos próprios tradutores da Bíblia, e sua influência nas escolhas de palavras para interpretar os textos do hebraico, aramaico e grego para o português.

Essas duas primeiras interferências mexem no texto antes que ele chegue às nossas mãos. Mas o aspecto que vamos falar hoje, pode interferir na compreensão de textos que nós já lemos e já incorporamos à nossa teologia.

Você pode me refutar alegando que a palavra de Deus é imutável.

Eu serei obrigado a concordar com você.

A Palavra de Deus não muda com o tempo. Ela não está sujeita às novidades que nós resolvemos aderir. Sem dúvida a Palavra é eterna.

Mas acontece que a língua está em transformação o tempo todo.

Observando o diálogo entre pais e filhos já notamos que os significados das palavras não são exatamente os mesmos para uma e outra geração. Este abismo linguístico se aprofunda ainda mais se a conversa foi entre netos e avós. Agora imagine-se conversando com alguém nascido apenas quatro gerações antes de você. Pense nos seus pais, avós, bisavós e então os seus tataravós. Quatro gerações atrás.

Em média, este trajeto de quatro gerações leva cem anos para se estabelecer. O que, em escala histórica, é o equivalente a poucos minutos.

A forma de se comunicar em meados de 1640, por João Ferreira de Almeida, certamente passa muito longe da língua que falamos, escrevemos e lemos na segunda década do séc. XXI. Até mesmo as palavras que temos em comum, carregam significados diferentes. Alguns até mesmo com uma carga de insinuações que não são desejadas na passagem bíblica em que se encontram.

A escolha de chamar um homem de “varão”, por exemplo, podia ser corriqueira naquele tempo. Hoje é motivo de deboche. Comunica de modo equivocado a intenção do texto. O uso da palavra “gozar” para referir-se à alegria também não ajuda na compreensão do texto por esta geração, que atribui ao termo um significado mais conectado ao prazer sexual.

É por isso que até mesmo as boas traduções carecem de revisão de tempos em tempos. Elas são boas para o idioma falado naquele tempo em que elas foram concebidas. Mas conforme a língua falada se transforma, a interpretação do texto corre o risco de se perder.

E vamos combinar que isso não ocorre apenas com o texto bíblico. Algumas músicas que cantamos tradicionalmente em nossos cultos também mereciam uma certa atualização. Se é que o nosso propósito aqui ainda é anunciar e testemunhar a Cristo.

Veja bem, se um brasileiro estivesse se preparando para pregar o evangelho na China, espera-se minimamente que ele esteja aprendendo o mandarim, o idioma mais falado naquele país dentre os 3 idiomas oficiais. Mas se ele se recusasse, e insistisse que a Bíblia não pode ser mudada, que a Palavra de Deus é imutável e suficiente, qualquer um de nós o chamaria de fanático ou maluco.

Se você é uma testemunha do evangelho. Se você ouviu o chamado de Jesus para anunciar a sua santa palavra. Aprenda a falar a língua do povo com o qual você vai se comunicar. E pelo amor de Deus, pare de citar textos bíblicos com mesóclises como se esta fosse a forma original como Deus falou com o seu povo para tirá-los do Egito. Esta é apenas a forma como um rapaz do séc. XVII traduziu a Palavra do Senhor. E ainda que tenha sido adequada para aquele tempo e lugar, obviamente não é a forma indicada para anunciarmos o Reino aqui e agora.

Encerramos aqui este breve comentário sobre as traduções do texto bíblico. Se você curtiu, encaminha pra todo mundo e comenta com a gente na plataforma que estiver ouvindo.

Eu fico por aqui, um forte abraço e até o próximo Ampulheta.

PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx

COISAS ÚTEIS:
– Duração: 05m47s
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CITADOS NO PROGRAMA:
Podcast “Estão Mudando a Bíblia? | Ampulheta 69 (Parte 01)”.
Podcast “Estão Mudando a Bíblia? | Ampulheta 70 (Parte 02)”.

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