Meu nome é Giancarlo Marx e hoje eu vou falar sobre o tema “O Ultimato da Unidade”.
Se você me acompanha por aqui deve saber que nos últimos três episódios eu falei sobre a unidade do Deus que dança e a criação da humanidade como parte desta dança, além de seus desdobramentos da queda e da redenção dessa mesma humanidade.
Qual foi a minha surpresa quando recebi em casa a revista Ultimato com a matéria de capa com o título Para que todos sejam um. O conteúdo traz reflexões agudas dos pastores Christian Gillis, Ricardo Agreste e Valdir Steuernagel. Todos os três servem de excelentes complementos ao que discorremos aqui, oferecendo novas perspectivas sobre a fonte da unidade, a colaboração com os divergentes e a unidade como missão. Além disso tudo, a revista ainda conta com o brilhante artista mexicano Bernardo Ramonfaur, autor das ilustrações e da fonte usada nos títulos das matérias.
Um trecho da oração sacerdotal de Jesus perpassa todos os comentários dos três autores:
“Não te peço apenas por estes discípulos, mas também por todos que crerão em mim por meio da mensagem deles. Minha oração é que todos eles sejam um, como nós somos um, como tu estás em mim, Pai, e eu estou em ti. Que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu dei a eles a glória que tu me deste, para que sejam um, como nós somos um.” – João 17:20-22
O crescimento numérico, tanto de evangélicos quanto de instituições evangélicas é um fenômeno inegável no Brasil de 2022. Nunca foi tão confortável nos declararmos “crentes”.
Como criança nascida e crescida em “berço evangélico” me lembro de visitar uma igreja católica pela primeira vez em uma espécie de excursão na pré-escola. Isso foi na primeira metade dos anos 80, e ainda me lembro do olhar de espanto dos meus colegas quando perceberam que eu não sabia sequer fazer o sinal da cruz. Naquele dia eu descobri que eu era um pagão. Apesar de não entender exatamente o que isso significava.
Hoje somos reconhecidos. Ocupamos espaços e posições de destaque. Um crente não é mais um alienígena no olhar da maioria das pessoas. Mas não se iluda. A hegemonia que alcançamos não se traduz em unidade. Olha só esse trecho do texto do pastor Steuernagel na revista:
“… também é necessário reconhecer que somos conhecidos como divididos e que a vivência da unidade é um de nossos maiores déficits, deixando a sociedade órfã de tal testemunho. Um déficit que se enfrenta com conversão e compromisso, pois, como fica claro na oração de Jesus, não há outro evangelho senão aquele que espera de nós a vivência da unidade, para que o mundo creia.”
Resumindo, se Jesus disse que o testemunho da nossa unidade levaria o mundo a crer que o Pai o enviou, que evangelho é este que temos semeado com o testemunho de nossa divisão?
Se aquilo que estamos multiplicando não é o corpo, talvez seja um câncer. Talvez estejamos anunciando os nossos próprios evangelhos, para o crescimento das nossas próprias igrejas, e a glória dos nossos próprios Cristos. Cada um deles à imagem e semelhança de nós, seus seguidores. Cada um deles em oposição ao verdadeiro Filho de Deus, que intercedeu por nossa unidade.
Para finalizar deixo aqui o trecho de uma oração do Lecionário 2018/2019, mencionado também na edição da Ultimato:
“Ó Senhor, ansiamos pelo dia em que nossos pés ficarão dentro dos portões da Nova Jerusalém. Até então, enquanto viajamos para a casa, guia e protege a tua igreja: sê nossa unidade, reveste-nos na verdade e conserva-nos em paz […] Deixa o transbordamento do teu Espírito Santo cobrir a tua igreja com a bênção da unidade e a unção da tua paz, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém”
Um forte abraço, e até o próximo Ampulheta.
PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx
COISAS ÚTEIS:
– Duração: 6m02s
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– Todos os “Ampulheta”
CITADOS NO PROGRAMA:
– Últimos 3 episódios do “Ampulheta”
– Revista Ultimato, Edição 397 “Para que todos sejam um – a unidade da igreja é possível?”
– Christian Gillis
– Ricardo Agreste
– Valdir Steuernagel
– Bernardo Ramonfaur
– João 17:20-22
– Lecionário
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