Meu nome é Giancarlo Marx, e hoje eu vou falar sobre o tema Diga-me com quem andas…
Um teólogo alemão chamado Wolfgang Simson costuma dizer que há 3 coisas que ocuparam a maior parte do ministério de Jesus. Em terceiro lugar ele contava histórias que ninguém entendia. As famosas parábolas. Em segundo lugar, ele operava sinais e maravilhas, como curas, expulsão de demônios, etc. E em primeiríssimo lugar ele comia nas casas das pessoas. E quando ninguém o convidava pra comer, ele olhava pra cima e dizia: “Zaqueu, desce daí que hoje vou comer na sua casa”.
Brincadeiras e exageros à parte, é fato que Jesus frequentou muitas mesas e até algumas festas. Numa dessas ocasiões Jesus foi convidado pra jantar na casa de um homem muito distinto. Coisa chique. O nome dele era Simão, e fazia parte do mais alto escalão das autoridades religiosas judaicas: os fariseus.
Mas como de costume, quando Jesus chegava a algum lugar a notícia logo se espalhava. E uma certa mulher de reputação duvidosa soube da presença ilustre de Jesus nas redondezas. A Bíblia não diz o nome dela, mas relata que assim que ela tomou conhecimento partiu para a casa do fariseu com um vaso de perfume muito caro.
Chegando lá, ajoelhou-se às costas do mestre e chorou. Chorou tanto que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas.
Algumas pessoas cogitam que essas lágrimas não foram derramadas todas naquele momento, mas colhidas em um frasco especial ao longo de sua vida. A verdade é que o texto não entra nesses detalhes, mas conta que ela chorava, lavava os pés de Jesus com suas lágrimas, e os secava com seus cabelos. Beijava os pés e os ungia com o perfume caro.
Um tipo de louvor e devoção que ninguém ali nunca tinha presenciado.
Passo a ler aqui a conclusão dessa história segundo o relato de Lucas:
Quando o fariseu que havia convidado Jesus viu isso, disse consigo: “Se este homem fosse profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele. Ela é uma pecadora!”.
Jesus disse ao fariseu: “Simão, tenho algo a lhe dizer”. “Diga, mestre”, respondeu Simão. Então Jesus lhe contou a seguinte história: “Um homem emprestou dinheiro a duas pessoas: quinhentas moedas de prata a uma delas e cinquenta à outra. Como nenhum dos devedores conseguiu lhe pagar, ele generosamente perdoou ambos e cancelou suas dívidas. Qual deles o amou mais depois disso?”.
Simão respondeu: “Suponho que aquele de quem ele perdoou a dívida maior”. “Você está certo”, disse Jesus.
Então voltou-se para a mulher e disse a Simão: “Veja esta mulher ajoelhada aqui. Quando entrei em sua casa, você não ofereceu água para eu lavar os pés, mas ela os lavou com suas lágrimas e os secou com seus cabelos. Você não me cumprimentou com um beijo, mas, desde a hora em que entrei, ela não parou de beijar meus pés. Você não me ofereceu óleo para ungir minha cabeça, mas ela ungiu meus pés com um perfume raro. Eu lhe digo: os pecados dela, que são muitos, foram perdoados e, por isso, ela demonstrou muito amor por mim. Mas a pessoa a quem pouco foi perdoado demonstra pouco amor”.
Então Jesus disse à mulher: “Seus pecados estão perdoados”. Os homens que estavam à mesa diziam entre si: “Quem é esse que anda por aí perdoando pecados?”. E Jesus disse à mulher: “Sua fé a salvou. Vá em paz”. – Lucas 7:39-50
Não é à toa que, alguns versos antes, nessa mesma passagem, o próprio Jesus reconhece que o povo o tinha como amigo de pecadores.
A reputação de seus companheiros definitivamente não parecia ser uma preocupação tão essencial assim pra Jesus. Ao invés disso, ele frequentemente escolhia ficar ao lado das pessoas mais desprezadas. A mulher samaritana em frente ao poço de Jacó, os cobradores de impostos Mateus e Zaqueu e até mesmo o mandante do assassinato de Estevão, o primeiro mártir, também conhecido como Paulo de Tarso, foram algumas das pessoas de quem ele se aproximou publicamente. Isso sem falar no traidor Judas Iscariotes, a quem ele escolheu como discípulo, os demais discípulos chamavam de ladrão, e que mais tarde o entregou para ser morto.
Ziel Machado, pastor, teólogo e professor de alguns dos caras que eu mais admiro, costuma dizer que, como cristãos, deveríamos nos preocupar com nossa integridade, e não com nossa reputação. Olhando pra esses exemplos de amigos de Jesus, não dá pra discordar dele.
Já ouvi algumas vezes por aí que Jesus parece ser um cara muito legal, mas o que atrapalha é o fan clube dele. Com o que também tenho que concordar. Os cristãos (que traduzindo significa algo como “pequenos cristos”) são de fato um grupo bem peculiar.
Mas fica a pergunta: Qual a reputação das pessoas que eu permito serem meus amigos? E se eu só dou essa liberdade a gente “de bem”, será que eu mereço mesmo ser chamado de “pequeno Cristo”?
Um forte abraço, e até o próximo Ampulheta.
PARTICIPANTES:
– Giancarlo Marx
COISAS ÚTEIS:
– Duração: 06m55s
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CITADOS NO PROGRAMA:
– Wolfgang Simson
– Lucas 7:39-50
– Ziel Machado
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