Hoje, 31 de Outubro, igrejas protestantes e evangélicas pelo mundo tem uma data importante para lembrar — o momento em que Martinho Lutero colocou em Wittenberg as 95 teses para confrontar algumas atitudes questionáveis da igreja romana.
501 anos.
Mas muito me entristece que pelo menos a igreja brasileira não tem muito o que celebrar. Afinal, é incoerente celebrar a reforma quando ela:
- Coloca em debate o estado laico e a igreja se transforma em curral eleitoral de partidos.
- Questiona a venda de indulgências e a igreja vende amuletos (disfarçando com um damos este amuleto com uma oferta de amor de x reais)
- Questiona a autoridade papal e a igreja coloca líderes eclesiásticos como inquestionáveis.
- Ressalta a salvação pela fé e a igreja coloca condições para ser salvo/ser parte da panelinha.
- Ressalta a importância das escrituras, mas a igreja joga no ralo, junto com sua credibilidade, em troca de interesses escusos.
Vemos vários textos bíblicos falando de um líder de uma comunidade de fé se humilde, do próprio cristão ser humilde. Porém vemos cristãos colocando o próprio irmão na fé para ser humilhado e zombado por acreditarem que este irmão é inferior por pensar diferente dele.
Vemos vários textos bíblicos falando do risco ao amor ao dinheiro e vemos igrejas se vendendo por este amor.
Vemos vários textos bíblicos nos lembrando de uma esperança com Deus no futuro e vivemos como se este futuro não existisse, somente o aqui e agora.
Lembremo-nos do princípio da reforma. E vamos nos lembrar de estarmos em constante reforma.
Ecclesia semper reformanda est.