A vida de uma menina que queria estudar, garantir educação para todas nós e que teve a sorte de nascer numa família que a compreendeu, apoiou e protegeu.
Malala Yousafzai nasceu no Paquistão e viu ainda criança o Talibã chegar trazendo o medo e a violência para o Vale onde vivia com sua família. Apesar de ser menina, Malala foi muito comemorada por seu pai – algo incomum na tradição pachtun e islâmica. Além de se alegrar em ter uma filha, seu pai lutou a vida toda para que todas as crianças pudessem estudar, inclusive as meninas, e toda a sua dedicação e amor à educação foram transmitidos à sua filha.
Neste livro, vemos uma Malala ainda adolescente (o livro foi publicado em 2013, com Malala tendo 16 anos na época) refletir sobre a importância da educação, sobre violência, guerra, fome, vida e morte. É inevitável pensar em como nossa vida é fácil em comparação com a vida das pessoas em países como o Paquistão e Afeganistão, mas não é esta a reflexão ou mal estar que Malala quis nos causar. Ela queria que refletíssemos sobre como cada um de nós pode fazer algo para melhorar a vida das pessoas ao nosso redor, seja numa zona de guerra ou não.
Como professora, a leitura que fiz também teve o foco na questão da educação. É muito comum vermos adolescentes e jovens totalmente desmotivados em estudar, pois não compreendem a importância da educação e como a ausência dela faria a vida deles ainda mais difícil e miserável. Existe a famosa frase atribuída ao Paulo Freire que diz: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Confesso que não sei se ele realmente disse esta frase, mas ela é verdadeira. A educação nunca mudará o mundo todo, mas com educação podemos, dia a dia, mudar o mundo daquela pessoa que está sendo instruída. E ela mudará o mundo dos outros ao seu redor.
Este é, sem dúvida, um livro inspirador. É daqueles livros que nos tiram o chão várias vezes, que nos fazem pensar em toda miséria humana e em como somos corruptos, pecadores. Mas nos traz também um ar novo, fresco. O ar dos sonhos que a juventude tem e faz os adultos acreditarem de novo.