Minha contribuição para os 499 anos da reforma protestante
- 499 anos após o dia em que, cansado de tanto bafafá, o monge agostiniano, Martinho Lutero, pregou, segundo a tradição, 95 teses contra uma série de posturas toleradas por sua igreja.Não, meus amigos, ele não é perfeito e possivelmente, você não gostaria de conviver com ele… Ele era, na real, um treteiro… Mas será que todo herói, não é um treteiro?E não entenda treta como esses bate-boca infindáveis e sem qualquer propósito que acompanhamos diariamente nas TL de nossos Facebook ou pelos grupos de família.Ele bateu de frente com o Papa, e não imagine o Papa Francisco, aquele senhor sorridente que abraça todos e anda de metrô… Imagine o Giovanni di Lorenzo de Medici , ninguém menos que o Papa Leão X, mas ele não queria explodir a igreja católica como um Tyler Durden medieval, ele só não negociou suas convicções religiosas (e consequentemente morais) nem baixou a guarda diante do líder mais poderoso da instituição mais poderosa da Terra naquele momento.Há quem afirme que ele tinha interesses políticos nisso… Bem, como eu disse, ele não era perfeito. Alem escrever textos pouquíssimo elogiosos ao Papa Leão X e seu sucessor, Clemente VII, Lutero também tretou com Ulrich Zwingli, Thomas Müntzer e Erasmo de Roterdã, além de odiar os judeus.
Ele tinha seus defeitos e assim como eu e vc, assim como qualquer coxinha e qualquer ptralha, tinha suas convicções e precisou de mais do que um texto no Facebook para estremecer as bases da Alemanha e de todo o mundo medieval.
Lutero foi um fora da lei, declarado pelo Papa e pelo imperador, um bandido que precisava ser impedido de falar, pois suas palavras influenciaram a todos os fracos na fé, transformaria a todos os pequeninos em arma contra o sistema vigente, transformaria as ovelhas em lobos… Lutero, um doutrinador
Lutero justificou a própria rebeldia apelando à liberdade de consciência. Ele estava fortemente convencido de que a fé é um dom; a busca por Deus não se permite acelerar por meio de atos de bondade; e pecados não podem ser pagos com indulgências.¹
Suas palavras e ações foram beneficiadas com o início da imprensa e a proposta de liberdade de consciência propagada pelo frei alemão se espalharam como vento, não por força de seu discurso, pois haviam muitos oradores muito mais preparados no seio da igreja católica, mas pela força de suas ideias, que carregam mais do que apenas um sistema de repetição, propunham um um trajeto de liberdade, novas e refeitas veredas, traziam uma BOA NOVA.
Lutero refez o Cristianismo estabelecido e indiretamente, após guerras e mortes, a tolerância religiosa se fez necessária, por mais que ainda hoje, seja um desafio, evangélicos aceitaram pessoas e ideias de outras religiões ou mesmo, que evangélicos e evangélicos de grupos distintos consigam estabelecer um diálogo que transcenda suas particularidades periféricas em nome da comunhão universal dos santos.
Nós, cristãos evangélicos brasileiros, muitas vezes tomados como o que há de mais reacionário, conservador e decreto da sociedade, temos uma raiz desobediente, resistente, anárquica… resumidamente, PROTESTANTE.
Que Deus tenha piedade de nós, e parabéns a todos os cristãos PROTESTANTES do Brasil e do mundo.
1. Astrid Prange em http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-precisamos-de-um-novo-lutero/a-36213919 em 1/11/2016, texto do qual “chupinhei” a ideia.