Pros que pensam que estão no auge dos tempos E a arrogância faz seu sangue mudar de cor. Com a insensibilidade de um colonizador Fizeram tudo mudar e não conseguem perceber Que ser cidadão é consumir, uma imagem vale mais que mil caráteres. O príncipe presidente ser tornou, “laissez faire, laissez passer”!!
Pois a fraternidade se tornou uma gangue A felicidade agora é Ter. A liberdade vem embalada em plástico é colorida e tem gosto de isopor Personalidade agora é criticar A economia continua para alguns e a honestidade contém cfc, devo sorrir!! Eu tenho e você não!!
Ser racional é Ter um ego enorme,progresso significa tecnologia. Se estamos no auge dos tempos,porque tanta angustia? Mantenha seu orgulho e vamos cantar, já estamos condenados e pra que se preocupar? Pois nossa atitude é biodegradável, a história não poupará em nos condenar
Letra com tantas camadas e assuntos quanto a alternância e sobreposição de vocais ao longo da música.
Serei direto. Quero falar um pouco do último parágrafo desta música.
Nós realmente somos essa geração “fodalhona” que arrotamos por aí? Na verdade, acho que somos a geração mais babaca de todas. Nos vangloriamos da meia dúzia de livros que lemos graças ao acesso fácil a informação e saímos por aí metralhando um apanhado de pedaços de conhecimento que catamos na internet pra mostrar como somos fodões. Somado a isso tem a galera da ciência, que acha que o homem tá super-evoluído, pq consegue tirar fotEnhas de outros planetas e isso já é o suficiente pra chamar quem acredita em um deus de idiota e retrógrado. Vamos parar de ser idiotas.
Amiguinho consumidor de conhecimento, devorador de livros, colecionador de citações, somellier de intelectuais, chega aqui. Coleguinha entusiasta de novas tecnologias, online 24 horas, defensor de tudo que é digital, conhecedor das leis da robótica, fica aqui um pouquinho. Queridinho da ciência, discípulo de Carl Sagan, defensor do método científico, topo da evolução humana, me dê um pouco da sua atenção.
Olha esse trecho da letra: “Se estamos no auge dos tempos,porque tanta angustia?”
Se a gente é tão FODÃO assim como a gente diz, por que tem tanta gente se estripando emocionalmente? Por que a gente arrota auto-suficiência e conhecimento na rodinha de amigos (ou em posts de redes sociais), mas quando encosta a cabeça no travesseiro e sugado pra dentro de um buraco-negro de nós mesmos? Por que essa angústia em ver que a pessoa visualizou a mensagem mas não respondeu?
Será que a gente REALMENTE vive melhor que as pessoas dos séculos anteriores? Será que ser mais “racional” do que a galera do passado nos torna melhores que eles? A gente realmente precisa colecionar e categorizar tanta informação superficial?
Avançamos bastante e de forma bem rápida no que se refere ao acesso e compartilhamento de informação. Mas isso REALMENTE nos tornou humanos melhores? Busquemos ser inteligentes de verdade, para conosco e para com os outros. Inteligência é amar, é pra aplicar, não pra pendurar no pescoço ou pra vomitar nos outros.
Sejamos menos.
“…nossa atitude é biodegradável.”
*vale lembrar que o Músicas do Mundo Que Me Edificam traz a opinião/visão do colunista a música e não necessariamente é a mesma do autor/artista criador da música.
