A aglomeração, o barulho, a multidão, elementos que são diretamente associados, na nossa cultura evangélica, como sinais de um AVIVAMENTO, e buscado pelas igrejas com afinco dia e noite, em orações, suplicas e todo tipo de ação ou omissão que supostamente frutificasse nesse “derramar” de Deus sobre sua igreja e sobre todos aqueles que estão associados ao grupo que despertou esse “mover” em Deus.
Contudo, o avivamento que esperamos e as técnicas que utilizamos para acessa-lo, definem de maneira equivocada, um Deus inoperante, que espera uma atitude nossa para levantar-se de seu lugar e apontar seu dedo para a Terra, motivado por alguma coisa que eu e você possamos fazer ou ainda pior, ele faz isso, em troca de alguma coisa que venhamos a fazer e pelo pouco que compreendo do texto bíblico e dos autores que leio, Deus não é motivado ou impulsionado por ninguém nem por nada, ele é DEUS, nada menos que isso.
Assim, me parece que o conceito que temos de AVIVAMENTO ou é equivocado ou está corrompido, mas seja como for, o que entendemos por avivamento, não é efetivamente, o que é o AVIVAMENTO.
Devemos entender que AVIVAMENTO ou REAVIVAMENTO só pode acontecer com quem esteve vivo e então morreu, assim, faço um apelo, para que todas as igrejas e cada individuo que compõem a igreja, morra, se entregue, abaixe as armas e desista, diante do inimigo e se permita ser capturado, torturado, julgado e morto. Não, não falo aqui de uma proposta derrotista que vai fazer com que o EU venha a abrir mão da vida físicas ou qualquer coisa assim, abrindo a guarda para que o diabo nos ataque, refiro-me de baixar a guarda para Deus, desistir de lutar com Deus, pois nosso maior inimigo, é o próprio Deus.
DEUS é o inimigo do “EU”, o deus dos egoístas, que não compreenderam que o cristianismo é a religião do “outro”, do “nós”, da comunidade. enquanto o EU não morrer, não tem como ser reavivado, e enquanto o EU não der espaço para o NÓS, não há morte.
O maior inimigo de Deus é o “EU”, ou melhor, sou eu enquanto coloco o “EU” como deus e não permito que diante da clara mensagem de Cristo, a de que devemos amar a DEUS sobre todas as coisas amando o próximo como a nós mesmos, compreendamos que não há como ser cristão sem colocar o “outro” no mesmo patamar que hoje colocamos o “EU”.
Assim, não faço votos de avivamentos como o senso comum nos mostra serem, com barulho, crescimentos das instituições ou grandes eventos, proponho um velório, de alguns dias, proponho que fiquemos guardando o cadáver do nosso “EU” durante todo o tempo que for necessário, para que tenhamos certeza de que ele está realmente morto e que já pode ser sepultado, proponho que nós mesmos carreguemos o caixão até o lugar em que será enterrado e cavemos a cova onde nosso EU será sepultado e por fim, que abandonemos por lá, sem coroa de flores ou mensagens de saudades, apenas, viremos as costas para a cova, e que Deus se encarregue de jogar terra e esconder o que fomos e só assim, com nossa morte confirmada, poderemos nos preparar para um real avivamento, no dia em que o EU não seja mais o alvo de nossas adorações.