Nossas igrejas estão lotadas de métodos e praticas para tocar o sucesso a qualquer preço. “X passos para ser um líder de sucesso”, “Segredos de um casal vitorioso”, “Como ficar rico fazendo a partir dos ensinamentos dabíblia” e outros títulos como este mostram como somos obcecados por sucesso, por vitória, por termos exito antes de qualquer outra coisa. Não é surpresa, portanto, que igrejas que pregam esse tipo de discurso, cresçam numericamente, em ritmo acelerado no nosso pais e ainda mais em países mais pobre e entenda pobreza como DESIGUALDADE.
Não há nenhum problema em buscarmos ter sucesso em tudo que fazemos, afinal de contas não há quem comece uma empreitada com o objetivo de falir ela no final, contudo, essa ânsia indomável pela vitoria traz consequências terríveis na vida de qualquer pessoa sobre a face da terra, e ainda mais acentuadas são essas consequências nas vidas daqueles que supostamente, acatam a pratica do cristianismo como métrica espiritual e moral para suas vidas.
Não é o caso que o cristão não possa vencer, muito pelo contrário, seria ótimo se todo cristão foi exitoso em suas carreiras, casamentos, ministério e etc, no entanto, diante de uma sociedade completamente meritocrática e competitiva, onde o espaço para a solidariedade é substituído por falsa-caridade que busca apenas gerar visualizações nas redes sociais e apagar o sentimento de que estamos nos tornando monstros e onde a diaconia com a natureza é lavada pelo Greenwashing que tenta camuflar um de verde e vida um planeta cada dia mais agonizante diante da exploração predatória, aflora o sentimento da onipotência do homem.
Assim como Deus que é tal que consegue tudo com suas palavras, o homem busca, com sua força e motivação, conseguir tudo que busca de maneira que nada que se oponha ao seu desejo possa continuar em pé. Cada um dos seus opositores, inimigos precisam ser derrubados, feitos como passeio para a comitiva humana, nada deve ousar se opor ao homo-todo-poderoso.
Geralmente, compreendemos que homens de negocio são assim… e nos opomos também aos grandes pastores que fazem de suas igrejas empresas que consomem a criação e as pessoas dessa forma, mas mesmo diante de pessoas que tem o seu coração cheio de zelo pela obra esse cenário pode se estabelecer.
Diante de nossas verdades indissolúveis, rompemos com a possibilidade de diálogo com aqueles que tem uma proposta diferente da nossa, quebrando qualquer possibilidade e assim rompendo nossos relacionamentos. Quebramos relacionamentos familiares e dentro das igrejas, causando divisões, pq acreditamos que naquilo que temos estabelecido como certo, jamais haverá qualquer possibilidade de se achar qualquer erro… nos julgamos onipotentes, oniscientes, e nessa onipotência e onisciência, nos colocamos, e a todos que concordam conosco, num patamar elevado, nos colocamos num púlpito, num altar… onipotentes e oniscientes, colocados num altar onde não podemos ser questionados, nos julgamos DEUS, e nos julgando DEUS, nos fazemos demônio, nos fazemos contrários a cristo, afloramos ANTI-CRISTO, nos fazemos DIABO.
Para que não venhamos a ser demonizados pelas nossas certezas, vamos nos questionar, vamos dialogar, vamos ser mais o que realmente somos e menos o que, desde o Édem, o diabo que que acreditemos que somos, sejamos mais humanos, e menos deuses anti-cristos.