Não há pecado mais capital que este, não há, raiz maior para uma vida pecaminosa, que esta, ao passo de São Thomas, classifica-lo separadamente dos demais pecados capitais do catecismo romano. O orgulho é justamente o pecado que faz, na historia bíblica, Lúcifer se tornar Satanás, um anjo se tornar um oposto, uma oposição a Deus. Não tem, este texto, o objetivo de provar a existência material do diabo ou mesmo de não faze-lo, mas de pensar como uma criatura que manifestava a gloria de Deus pode se tornar algo completamente oposta a ele, graças a um sentimento, o orgulho.
Não é possível ao orgulhoso ter ao seu lado qualquer um que o possa julgar semelhante, visto que o orgulho, despreza qualquer um ao seu lado. O orgulho é a proposta que faz a si mesmo aquele que não consegue compreender que o próximo é, mesmo com seus defeitos, semelhante a si e assim, inviabilizando qualquer possibilidade de dialogo ou mesmo comunhão, o orgulho é, a impossibilidade da comunidade e assim sendo, é impossível ao orgulhoso, tornar-se UM no CONJUNTO, pois o orgulhoso não se vê UM com OUTROS.
Assim, a vanglória do orgulho, a “gloria em algo vão”, é a gloria que o homem dá a si mesmo, é a glória dada a quem é vão, vazio em si mesmo, sem a possibilidade de alcançar seu fim, é a glória a algo finito. O Orgulho é apontar para o homem finito toda a gloria que deveria ser dada a Deus infinito, é colocar sobre quem não pode sustentar-se sobre suas próprias pernas o peso que só consegue suportar aquele que é eternamente mais forte.
Somos orgulhosos por natureza por que a nossa humanidade grita a necessidade de sermos deuses de nós mesmos e de tudo que nos cerca, e essa humanidade corrompida e caída é oposta à humanidade do exemplo de Jesus, que sem ter a necessidade de mostrar que era Deus, fez-se carne para de dentro da carne mostrar qual era a santa-humanidade ideal aa qual deveríamos nos espelhar. O Orgulho portanto, é a falta da compreensão de quem e o que somos, o orgulho é a negação da necessidade de Deus e a equivocada compreensão que nos mesmos somos centro, foco e causa de tudo que somos e temos.
A proposta da serpente, “Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” em Gênesis 3:4-5 é ainda a proposta que a cada minuto nos é feita, a cada nova situação das nossas vidas, desde o mais alto posto do mundo até a ocupação mais humilde, em todos países, classes sociais, etc. O ex-anjo, a criatura celestial mais amável de todas que se torno a oposição de Deus em pessoa nos assedia com a possibilidade de sermos iguais a ele, negando um atributo pleno de Deus, o de ser único, quando buscamos, com nosso orgulho, nos tornarmos mais um deus, opositor a Ele
Baseado numa pregação do Pr Ed Rene Kivitz
a arte é de Vincent Mahé e mais trabalhos podem ser vistos em http://mrbidon.blogspot.com.br/