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Clive em: Meu mestre é um teonomista

Posted on 22 de setembro de 20139 de setembro de 2013 by Alex @stahlhoefer

Após um dia inteiro sentado ouvindo palestras teológicas, em um congresso ortodoxo até de mais, tive o prazer ou seria talvez um desprazer de reencontrar um ex-professor dos tempos de seminário teológico. Uma pessoa que me inspirou no passado e que hoje alçou certa fama. Não queria perder a chance de trocar uma palavra com ele, por isso me adiantei a frente da tribuna logo ao final de sua palestra.

– Boa noite Rev. Oswaldo! Satisfação em revê-lo.

– Olá Rev. Clive, como vai meu irmão!

– Bem, obrigado. Não queria perder a oportunidade de vir falar com o senhor.

– Não precisa tanta reverência, continuo sendo o Oswaldo.

Deixamos a frente do palco, seguimos caminhando juntos para pegar um café.

– E como vai o trabalho na congregação, muitos desafios? – Prosseguiu meu antigo mestre, com curiosidade.

– Um passo após o outro irmão, são tantos desafios que a cidade e a cultura impõe à pregação do Evangelho. Mas são desafios positivos, creio que temos muito a contribuir na socie

dade! – Responde Clive com entusiasmo pela pergunta do seu mestre, sem saber o que viria logo a seguir.

– É verdade. Fundamental é irmos avançando pouco-a-pouco até mostrarmos a força da Igreja. Não falta muito para termos uma nação cristã. – Afirmou com toda convicção e o dedo em

riste.

– Não sei Oswaldo. – Apertando os olhos de estranheza – Não penso que esta seja uma meta cristã. A Escritura nos ensina que nossa pátria está na cidade celestial.

– Mas o Apocalipse diz que ela descerá à terra, isto é, será o Reino de Cristo na terra com os seus eleitos.

– Sim, certo – concorda receando o rumo da convers

a – Mas isto é a consumação da história, não o resultado de nossos esforços. Além disto creio que para a política, a condução da vida neste mundo e até para o testemunho do cristão, a via do diálogo e não a da imposição de regras morais é a que precisamos fomentar.

– Não caia nesta falácia irmão Clive! Diálogo é artimanha dos liberais para por em xeque as verdades centrais da fé cristã. – Disse levantando as mãos.

– Será mesmo Oswaldo? Pense bem, séculos de história do cristianismo, e sempre que a Igreja, de alguma forma, esteve no poder experimentamos tirania e intolerância com quem pensa diferente. – Repliquei ainda como quem acredita que o rumo da conversa pode ser melhor.

– Ah este papo de intolerancia. – Um tom jocoso ouve-se na voz de Oswaldo – Os descrentes é que são intolerantes! Eles não toleram a verdade de Deus! Não posso fazer nada se Jesus disse que era o único caminho. A Palavra de Deus é clara em Deuteronomio 29.29 ao dizer que a revelação de Deus através da lei deve ser obedecida eternamente. Além disto Jesus veio para cumprir a Lei, e Paulo também disse que a Lei é boa e justa. Veja o Sermão do Monte! Imagine um país governado com os princípios de Jesus: leis contra o divórcio, firmes contra o assassinato, contra o furto, é o que precisamos. – Esbravejou Oswaldo.

– Também creio na suficiencia da Palavra de Deus e de Cristo para a salvação. Mas não creio que temos o direito de obrigar as pessoas a pensarem como nós, agirem como nós, ou que um país seja governando conforme nossa ética. Mesmo que eu afirme o valor e a relevância da ética cristã para o mundo de hoje. Porém, misturamos as coisas quando não percebemos que Cristo fez diferença entre a ética do discipulado que implica em um padrão moral radical e a ética do cuidado para com o próximo, que implica em abandonar garantias para si mesmo em busca do bem do outro em amor. Acabamos nos tornando em justiceiros de nós mesmos por causa dessa confusão. – Se afastando dele um pouco para trás.
– Clive, olha o que você está falando! – olhando sério para Clive – Você deve ter lido muito liberalismo ultimamente. Vigia irmão! A Lei de Deus é A – T E M P O R A L! – falando pausadamente e com voz empostada – Os preceitos divinos já foram dados antes da fundação do mundo. Abraão obedecia leis que nem estavam escritas ainda. O que mais preciso lhe dizer para provar?

– Você confunde o caráter das Escrituras enquanto revelação de Deus com a presciência divina.

– Outra falácia perigosa dos liberais. Já te conquistaram Clive? Quando foi que você caiu?

– Espere! Não me trate como um moleque Oswaldo – Coloquei minha mão em seu ombro, olhei em seus olhos e prossegui – Estamos falando de um assunto sério.

– Eu mais ainda! – Afirma Oswaldo como quem dá lição de moral a um garoto inexperiente – Para mim não há diálogo, ou se aceitam os dogmas ortodoxos protestantes, ou não posso chamar mais de irmão. – Disse-me exaltado, em seguida aponta o dedo em minha direção e prossegue – Você dá ouvidos de mais às ruas, e isto é perigoso. Logo vai achar que a “voz do povo é a voz de Deus” como os católicos.

– Não seja dramático. – Amenizando sua tentativa de me alertar – Não posso me fazer surdo às perguntas das pessoas. São as perguntas do povo, são suas angústias, seus problemas, suas inquientações e demandas que fazem a agenda teológica da atualidade. Não podemos mais continuar produzindo teologia em castelos de cristais. Ela precisa refletir a revelação de Deus, sua graça, misericórdia, sua lei inclusive, para dentro dos contextos em que nós nos articulamos. É Palavra encarnada, como Jesus. -Enfatizei com calma e firmeza.

– Tenho outro nome pra isto: Teologia da Libertação. – Fala como se nomeasse o próprio Satanás – Eu não preciso fazer as pessoas dessa geração corrupta e depravada entenderem nossa fé. A Escritura não precisa de novas linguagens, nem de contextualizações. As pessoas só precisam obedecer à verdade.

A esta altura Oswaldo tentava escapar da conversa, como quem já não suportava mais os questionamentos. Mas seu orgulho lhe impedia e sempre de novo o dedo em riste, a voz professoral e dogmática, as assertivas frias e cheias de convicção se voltavam contra mim. Me veio a mente um texto bíblico.

– Oswaldo, vou dar uma de Pilatos: “O que é a verdade?” – Disse-lhe olhando fundo nos olhos, numa última tentativa de lhe chamar à razão.

– Você está brincando Clive. Você sabe a resposta, e esta querendo brincar de gato e rato comigo. Mas vou lhe falar algo mais profundo, a verdade não muda, e está dada desde a eternidade. Esta mania de dizer que a teologia precisa se reinventar a cada nova geração é uma mentira. Não podemos nos afastar da ortodoxia cristã!

– Não acho que os dogmas da Igreja Cristã sejam simplesmente errados. Creio que devamos sim, reinterpretá-los sempre de novo à luz da Escritura, da historia do seu surgimento e das questões postas pelo nosso dia-a-dia.

– Não meu irmão! Devemos apenas ensinar a verdade, os eleitos crerão nela, os demais já estavam perdidos – replicou-me de forma taxativa.

– Como quiser Oswaldo. – encerrando a conversa e dando-lhe um tapinha de despedida nas costas – Espero que um dia que você me entenda, e mesmo que não concorde me ouça e respeite. Até a próxima irmão, que Deus nos ajude.

—–

Os diálogos do Pastor Clive são publicados semanalmente em www.bibotalk.com.br

Posted in Artigos and tagged Clive, crônica, dialogo, reconstrucionismo, teonomia.

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Alex @stahlhoefer

Alexander Stahlhoefer (Alex) é formado em Teologia e ordenado ao ministério missionário. Faz doutorado em Teologia Sistemática. É casado com Luciane e pai da Ana Luisa. Ama leituras teológicas e deseja contribuir para que a palavra de Deus seja pregada com relevância em todos os contextos.

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