Talvez olhando pra Europa (a europeia mesmo, não a brasileira) você se pergunte o que será que aconteceu com aqueles países e aquela igreja (a Una) que enviou milhares de missionários, tanto católicos como calvinistas, luteranos e de toda sorte de protestantes para a América e realmente se surpreenda com a fraquíssima presença de cristãos nos países que já foram o motor da produção teológica cristã mundial.
Mas aí você se pergunta: o que eles tem que nós não temos? Porque o evangelho de lá está por um fio? Você pergunta, eu respondo: tempo. Como assim? Simples: nós ainda não conseguimos fazer tanta besteira como eles fizeram, mas fique tranquilo – estamos caminhando muito mais rápido, porque temos a ajuda de dois catalisadores: falta de profundidade bíblica e levantamento de novos profetas.
O primeiro ponto não é nenhum segredo. Conhece-se a Bíblia de ouvir falar, de ministrações, de pequenas leituras em grupo, mas não temos uma relação íntima com a Palavra. Profundidade bíblica não é conhecer os versículos e saber todo o mapeamento de onde está cada citação. Não é saber Habacuque 3:5 de cor, por exemplo. Profundidade bíblica é ter noção dos princípios bíblicos e saber aplicá-los.
Ok, pode ser que você seja diferente, afinal, você pode ter nascido em berço evangélico, frequentou EBD durante toda sua vida e sabe que mais da metade dos irmãozinhos que acordam cedo domingo de manhã não prestam a menor atenção no que está sendo ensinado – faz parte.
O que estou chamando atenção é pra uma outra galera, muito menos numerosa – a que presta atenção, e principalmente, percebe as escorregadas doutrinárias do professor que, ironicamente, não sabe o que fazer diante das perguntas constrangedoras do aluno que tem a bíblia na mão, e manda para o pastor.
Chegamos aí a um outro problema: igrejas fundadas em cima de pessoas, inquestionáveis. Quando o aluno/irmãozinho não consegue suas respostas para as “contradições bíblicas” e o dono da revelação suprema, que é o profeta encarnado em pastor, apóstolo ou ministro apenas o manda calar a boca, sob pena de ir para o inferno, essa pessoa só consegue concluir uma coisa: a igreja é uma mentira.
Nós temos um criadouro de ateus debaixo de nossos braços, alimentado por nós, e cada vez mais forte.