É uma questão de amor e liberdade

É uma questão de amor e liberdade

 Porque as decepções são inevitáveis no reino de Deus e provam que estamos avançando nele.

depressed

Se você está lendo este texto, provavelmente você já se decepcionou com alguém que amava. – Puxa – Você está pensando – o Barba é bom mesmo, pois nem sabe quem eu sou nem nada da minha vida, e já cantou a bola certinho que eu já me decepcionei com alguém que eu amo – e realmente, eu sou muito bom em algumas coisas, e talvez a minha maior e mais marcante característica é esta que você acabou de verificar: Falar coisas óbvias. Ora, pois não se faz necessário qualquer nivel de genialidade para deduzir que você, ser humano (espero) que está lendo este texto, já ficou decepcionado com alguém que ama.

Ninguém é isento de amar (Entenda por AMOR o sentimento que podemos ter por qualquer pessoa com quem nos relacionamos… Pais, amigos, conjugue, namorad@, líder, ídolo, etc…) e se estivesse, seria nais indicado, um tratamento de saúde, pois a natureza que temos é essa, a de sentir o amor. Mas para tornar realmente interessante isso aqui, vou tentar definir de outra maneira esses sentimento, consideremos, assim, um outro amor, não este sentimento, que é de modo geral, baseado na troca, um sentimento despertado por algum agente externo que pode nos beneficiar ou qualquer tipo de expectativa que temos. Uma bela garota, um líder politico, um musico virtuoso, os pais que me alimentam e me cuidam são exemplos de um amor sentimental ou de expectativas, e definitivamente, não é nesses relacionamentos que quero me fixar neste texto, mas num outro amor, efetivamente, aquele que Jesus pede que seus discípulos manifestem uns aos outros para que sejam reconhecidos como seus discipulos, não baseado nas expectativas ou esperando recompensa, mas pura e simplesmente a mudança de atitude, baseada numa DECISÃO RACIONAL, (e não mais num sentimento humano), que é AMAR.

Compreendido, portanto, que o chamarei de AMOR nessas linhas, mais que um sentimento, mas uma decisão consciente, que reflete uma mudança de vida (conversão), parto, portanto, para a tentativa de definir o meu entendimento de um outro conceito fundamental no reino de Deus e na igreja, a saber, LIBERDADE.

Pensando buscar a liberdade, muitos pregam que a permissão irresponsável e inconsequente de fazer tudo que se deseja, na hora que se deseja e como quiser como tal, mas o nome que melhor se aplica a esse tipo vida, é ANOMIA. Claro que alguns poderiam chamar a anomia de liberdade, entretanto, em termos bíblicos, onde temos por ordem, considerarmos os outros superiores a nós mesmo, algo desse nível, não seria nem de perto positivo, pois atitudes como “Fazer oque quiser, quando quiser” podem facilmente agredir a liberdade de outros e por isso, a ANOMIA, ou ausência de leis e regras, não pode ser considerada LIBERDADE, pelo menos não no cristianismo onde ninguém é superior ou mais desejável que a de qualquer outra pessoa… Somos todos iguais e horizontais.

Bem, conceituado portanto o AMOR e a LIBERDADE podemos caminhar para o motivo do texto, a saber, as DECEPÇÕES.

Numa sociedade hedonista (Oque entendo por hedonismo hoje, bem diferente do que foi significado original na Grécia antiga, que denominava o nome de uma teoria filosófico-moral que buscava no prazer o supremo bem da vida humana, é, como no iluminismo, a prática de uma vida egoísta e voltada para a busca de prazeres momentâneos) e completamente individualista, as DECEPÇÕES vindas de quem amamos, são cada dia mais constantes, pois cada dia mais, esperamos que nossas expectativas sejam correspondidas e a nossos limites sejam respeitados pelos outros e por isso, acumulamos decepções com quem amamos. Ora, não há, nada mais logico do que nos decepcionarmos com quem amamos, pois é justamente destes que esperamos ser de alguma forma recompensados, como disse a pouco e quando nossos queridos nos apunhalam, só podem fazer isso, por ter a liberdade de se aproximar. Um inimigo não pode me decepcionar, pois dele, eu espero violência, mas de um irmão da fé, eu espero amor, gratidão… Espero q ele me devolva de alguma forma esse sentimento, mesmo que eu tenha o discurso de que amo por ser cristão, ainda espero algo em troca, nem que seja um sorriso, um “muito obrigado”, um reconhecimento, mesmo que superficial… Admita, é assim mesmo! Ora, diferente do que a teologia da prosperidade prega, viver com Cristo acarreta em muitos medos, muitas duvidas e sobre tudo, muitas decepções, estas ultimas que são condições fundamentais para colocarmos em prática um cristianismo real. Acompanhe comigo no próximo parágrafo.

Num sistema de dominação, as decepções são em muito menor quantidade… As pessoas tem medo de desapontar os lideres e vivem num sistema de mentiras, para sustentar suas aparências. Num sistema assim, não é o ambiente em que o amor possa se reproduzir com facilidade, pois de maneira nenhuma eu posso obrigar alguém a me amar. Na liberdade, as pessoas podem abrir mão de falar apenas oq os outros esperam ouvir, podem abrir mão de tomar atitudes de maneira contrariada para agradar um ou outro… Num ambiente de liberdade, você pode ser livre, e essa liberdade, as vezes fere nossas expectativas… Num ambiente de liberdade, o amor respeita as decisões alheias, e mesmo contrariado, abre mão do status de liderança que oprime, para se tornar uma liderança que inspira e respeita, mesmo as decisões que não lhe agradam, ainda que essas decisões machuquem… E só machuquem, por amar…

Assim… Quando você se decepciona com a partida de um membro, ou com uma atitude errada de alguém, mas ainda assim, respeita essa pessoa, e continua amando-a… talvez ai, você esteja começando a entender oq é esse tal de REINO DE DEUS…

Posted in Artigos and tagged , , .