Cruz-credo.

Vivemos numa época em que é fundamental parar e rever. Numa realidade onde “cheirar a bíblia” se torna reflexão teológica e  ser “prospero financeiramente” é promessa divina para quem dá mais, olhar para essas questões  são fundamentais. Porque nos tira um pouco do “nosso conforto” como cristãos numa sociedade predominantemente cristã e nos leva a refletir sobre o que se tornou o evangelho que pregamos. Mutilamos a Palavra para colocarmos nossos achismo e transformamos o evangelho puro em um “Frankenstein gospel”. Olhar para Jesus sob o ponto de vista “social” onde Ele propunha uma desinversão de valores, perceber Jesus como pobre entre os pobres e mestre acima dos mestres, olhar para a injustiça que o condenou a morte. Tudo isso deve nos fazer olhar para nós como igreja e ver de que lado estamos: ainda somos os discípulos desse Cristo ou nos tornamos seus algozes? Herdamos a igreja que Jesus começou ou no que ela se transformou nas mãos de Constantino? Em qual Jesus nós temos crido?  Enfim, quando olhamos para os ensinos de Cristo, para a cruz e para a ressurreição como uma coisa só, então temos que parar e ver que nossa pregação, por vezes, está mais para o Pedro que negou Jesus do que aquele que morreu por Ele.

A igreja brasileiro atual precisa fazer essa reflexão. Precisa se olhar no espelho e ver seu rosto marcado por enganos e excessos. Precisa prosseguir reformando, não o templo mas a mentalidade. Não em busca de algo novo mas a novidade eterna da palavra original de Cristo. Abraçar o pobres por amor e não filantropia. Perseguir a injustiça não pelo poder mas pelo amor. Pregar a Palavra de Deus não pelo orgulho de ser salvo mas pela tristeza por quem não é. Abandonar o orgulho da vitória em Cristo para viver a humildade da cruz. Na verdade equilibrar ambas as visões. Ou isso ou seguiremos alienados ao fato de que nem o evangelho, nem Cristo e nem Deus precisam da igreja. É justamente o oposto.

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