#PostDoLeitor – Crônicas de um cristianismo contemporâneo, e a Marcha pra Je$u$, por Julito Perbichi, @Julitones

Por baixo de um céu que hora está nublado e hora está azul, os sinos da igreja Tiradentes no alto de sua torre, recebem os cuidados de um frei muito atencioso e dedicado a seus serviços, seu nome é Martinho Lutero. Nome dado por seu pai, qual o significado ele foi aprender no seminário, porém sempre em um caráter pejorativo pela maioria dos seus professores. Seu pai, um cristão frustrado com  a igreja, acabou por deixar a cada filho seu próprio destino na fé. E nisso resultou a presença do nosso querido Martinho nesse dia, lugar e hora para ver o que acontecia entre as “formigas” que passavam por baixo da torre em um número e barulho indescritíveis. E foi olhando para elas que viu uma frase que se destacava. Que não apenas significava a luta do seu “xará” a séculos atrás, mas como uma luta pessoal contra as indulgências do sec. XXI, a qual ele por um momento achou que travava sozinho:

 “Jesus não é Je$u$”

Do canto do bar de dona rosa, de frente para a Praça Tiradentes, um senhor chamado Floriano percebe o movimento na rua. Apoiado na parede, vê pessoas passarem vestidas iguais, e muitos trios elétricos passarem juntamente com elas. Ao primeiro olhar, nada de novo, mais um bando de crente na rua.

Ouviu muito barulho da movimentação e do transito caótico ao redor, mas algo chamou mais sua atenção em meio a multidão: Algumas pessoas de preto carregavam um caixão, com dizeres que fizeram com que ele saísse do bar e fosse ler o que estava escrito, “ Isso é curioso” pensava. Ao ler, o texto lhe trouxe uma esperança a respeito da própria fé, que há muito tempo estava desacreditada e adormecida quanto ao destino do cristianismo:

 “Jesus também cura corrupção”

“Não sepultemos o evangelho”

 A aglomeração estava para acabar, muitos já haviam ido embora, porém um questionamento se mantem no coração de um jovem: Afinal de contas, o que será que aqueles caras de preto queriam dizer hoje? O porquê disso em meio a marcha para Jesus – isso pouco importa para muitos, mas para aqueles que erguiam suas faixas e seguravam um caixão, o questionamento dele era a resposta de suas ações, muito mais do que o reconhecimento pessoal ou qualquer outra coisa.

Porque estavam de luto? O que acontece com o evangelho que não ando percebendo? Essas questões de Lucas, cabiam numa caixa, que se empilhada junto com todas as outras dúvidas que não só ele, mas que todos temos, daria para se chegar a lua rapidamente.

 Essas três pequenas histórias são apenas para ilustrar o olhar atento daqueles que não aparecem, mas que são influenciados por nossa conduta e questionamentos. A prática revela a eficiência do que pregamos, pois não estavam inseridas mentiras ou inverdades nos cartazes e faixas. O confronto não foi entre os “corretos” e os “errados”, e sim quanto o que diz o evangelho e o que tem sido a nossa prática como cristãos diante da sociedade. E quando digo “nós”, somos todos nós que pertencemos a Igreja – corpo de cristo. E querendo ou não, os “senhores feudais” das “igrejas”, constroem todos os dias a imagem de uma “nação evangélica”, porém não baseada na graça e amor ao próximo, mas sim no comércio de expiação dos pecados, e a comercialização de bênçãos das quais apenas “eles” detêm o “controle” para vender ou dar. Isso para Luthero tinha uma única explicação: Falta da Cruz. Para John Wesley, seria a falta de prática de discipulado e ensino a respeito do caráter de Cristo. Para Calvino, seria falta da prática da negação do eu e independência da graça. Todos eles focavam uma única coisa, a falta de Jesus Cristo e seu Espirito em nossas igrejas. E a necessidade de uma mudança de mentalidade e referencia em nossas vidas.

 Que em nós possa ser vista uma mudança de posicionamento dos cristãos, não como mercado consumidor que cresce e cresce. Não como povo alienado, sem conhecimento, e que destina seu dinheiro as obras faraônicas dos “homens de Deus”. Mas como pessoas que refletem sobre sua própria fé, que não se fecham nas próprias verdades e deixam ao relento milhares e milhares de pessoas que precisam de Cristo e sua salvação. Pessoas que ao invés de investirem seu dinheiro no próprio clube e seu conforto, busquem ajudar seus irmãos e irmãs em suas necessidades. Que reclamam diante da igreja a situação da realidade que vivemos, mas que também propõem alternativas para agir.

 Deveríamos ser aqueles que levam a mensagem da salvação e esperança. De transformação social e econômica entre nós (Atos 2. 42-47). De um cuidado quanto a nossos irmãos e irmãs, sendo eles cristãos ou não. Carecemos do amor pelos doentes, fracos e oprimidos, pois achamos que eles estão em lugares que não são de nossa responsabilidade. Mas se pararmos para pensar, veremos que o fraco, oprimido e doente somos NÓS – seres humanos – que precisamos da graça de Deus – e isso sim inclui você. Precisamos nos esvaziar desse “orgulho gospel” que nos varre, e cria um monstro em nossas congregações dos “Corretos” vs “O resto”.

 Começamos a pensar que ao invés de servir, precisamos ser servidos – para não falar outras coisas. Acreditamos que nosso chamado é para apenas “passar” por aqui. Mas em nossas vidas existe um chamado maior, um chamamento à esperança, misericórdia e piedade uns pelos outros. Não apenas por justiça social, não apenas por liberdade ideológica e religiosa, mas pela falta de algo que é a essência do sacrifício de Cristo: O AMOR EM GRAÇA.

O servir e amar ao próximo, sem nos preocuparmos com as circunstâncias, ou com os críticos de plantão, que logo nos acusarão de esquerdismo ou assistencialistas. Que estamos “dividindo” ao invés de “somar”, e muitas outras coisas, mas que isso não nos abale em circunstância alguma, pois através do amor de Cristo podemos encontrar paz e liberdade para agir em fé e razão.

 Sábado isso ficou claro, muitos ainda encontram – se aprisionados no EU e o NÓS da religião – inclusive em nosso meio, começando em mim. Mas também anima ver que existe esperança, fé e graça de Deus mais do que suficiente, para despertar as pessoas onde e como ELE quiser. Pois estamos pautados e guiados – assim acredito – por algo que vai além do EU e o NÓS de um pequeno grupo de pessoas ou instituição, mas sim por aquilo que Cristo pregou e o entendimento da sua verdade em nossas vidas:

 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.(…) Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.

Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.” (João 15. Ver 12 – 20.)

Julio Cesar Perbichi

@Julitones

Fé que pensa, Razão que Crê. Filipenses 4.13 pega essa e passe por cima das dificuldades! Jesus Freak!

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