Minhas convicções…

Na última sexta-feira fui almoçar com o meu amigo Helmuth no restaurante da Primeira Igreja Batista de Curitiba. Conheço o Helmuth já há algum tempo, mas nos últimos tempos temos tido o prazer de exercitar o “caminhar juntos” no quesito fé.

Eventualmente nos reunimos para falar sobre assuntos diversos, mas o tema “situação da igreja hoje” sempre volta à pauta.

Com isso adquiri algumas convicções que me fazem caminhar e não perder a minha fé, caso contrário, poderia dizer que poderia ter apostatado faz tempo, por completo desgosto com as experiências com a igreja, ou pelo menos, com a igreja no formato que conheci…

E hoje relembramos algumas convicções que eu tenho…

IGREJA

Igreja pra mim não é um local físico, um templo, um barracão. Igreja pra mim são os meus pares, meus irmãos de fé que compartilham suas vidas, que choram comigo, que riem juntos, mas principalmente, quem possuem as mesmas convicções de fé que as minhas. Aprendi que julgo desigual existe mesmo quando sentamos lado a lado dentro de um templo. “Estamos” no mesmo espaço físico, escutamos a mesma mensagem, mas entendemos coisas diferentes. Se acontece isso, estamos desconectados do mesmo objetivo, então… estamos em julgo desigual. Igreja pra mim é aquela que coloca o seu coração e suas mãos à disposição da Obra de Deus e não da obra dos homens. Que se coloca na trilha para descobrir que o Reino de Deus está aqui e agora e que precisamos gritar aos quatro ventos (existe isso?) que agora é a hora de arrepender-se e voltar seus olhos para Jesus. Igreja é aquela que o objetivo basilar está na ajuda mútua ao próximo, mesmo quando ele está distante. Igreja somos nós e por isso, devo aprender a amar você como a mim mesmo.

Igreja não é um local para se ir, mas para ter comunhão. Não é um local para ser usado nos finais de semana, mas um ser vivo, vibrante, que pulsa e que vive.

Igreja não é feita de tijolos e concreto, é feita de carne… de coração… que sangram por um Evangelho transformador… que choram pelos perdidos… que espera no dia em que o Senhor retornará triunfante para recolhe-la, assim como a noiva que aguarda seu noivo.

PASTOR, APÓSTOLO, WHATEVER…

Depois de me considerar um daqueles abusados espiritualmente, me vi numa sinuca. Chutar o pau da barraca com tudo ou submergir deste lamaçal que virou a igreja. Por um bom tempo eu caí na tentação de tomar a primeira posição e sair atirando a esmo no melhor estilo Rambo, até acabar a munição. Doeu por muito tempo e dentro de mim uma sensação de vingança me ameaçava a virar um descrente do ser humano. Cheguei a ficar cego, espiritualmente falando, sem poder enxergar que ainda existem pontos de luz, ou melhor, Luz no meio das trevas.

Sim, ainda creio que existem pessoas boas, com um coração rendido, que temem ao Senhor e que querem e fazem a coisa certa e não apenas aquilo que dá certo.

Pessoas que querem ver um mundo transformado, mesmo sabendo que aqui jaz no maligno e que a Palavra mesmo diz que toda essa desgraça aconteceria. Pessoas que doam suas vidas em prol de pessoas que não conhecem, mas que aprendem a amar.

Aprendi que existe apenas um, EU DISSE, APENAS UM PASTOR, e Ele é Jesus.

Títulos são dados sem critério, sem embasamento bíblico, só para alimentar o ego de alguns, ou manter uma tradição, que começou errada, em pé.

Então me perdoem aqueles que gostam de ser chamados pelo título, mas de mim não terão esse tratamento. Pra mim, O Senhor é meu Pastor e nada me faltará…

DINHEIRO

A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor a ele. Já escutei vários “pregadores” que gostam de jogar essa frase pra o povão, mas eles mesmos não a escutam. Alguns chegam mesmo a ter tanto que não se intimidam em mostrá-lo. Bom pra eles…

Nestes últimos dois anos já li e ouvi muita coisa a respeito do assunto “grana” e tirei minhas conclusões. Elas podem não ser muito aceitas no mundo em-vão-gélico, mas é aquilo que creio.

PRA MIM, não pra você, o dizimo é coisa da Lei e como tal, já não faz mais parte do nosso dia a dia. Então, a aliança que Deus tinha com Moisés ficou pra trás e nós ganhamos uma nova aliança, com Jesus, através de Sua Graça e Amor e portanto, temos o dever de ofertar segundo o nosso coração… bem, não vou me aprofundar nessa tema que a coisa ficaria muito extensa. Mas uma coisa é certa nossa obrigação agora é maior. Não se trata de 10%, mas de colocar o nosso coração nessa ação.

Mas também aprendi que não posso simplesmente “levar” essa oferta num lugar qualquer e deixar a responsabilidade com algum xamã gospel. Essa grana precisa ser usada de forma correta e o povo tem uma responsabilidade muito grande sobre isso.

Dinheiro não serve para comprar um carro importado para o líder da denominação, sustentar suas viagens internacionais, comprar canais de televisão e rádio, aumentar o seu patrimônio com mansões nas maravilhosas ilhas paradisíacas do Caribe…

Esse dinheiro precisa ser usado para alavancar a vida de milhares de missionários que deixaram pais e família pra trás para se entregar a pregar o Evangelho de Jesus Cristo. Milhares de missionários que muitas vezes são abandonados pelas denominações que os enviam com uma desculpa qualquer ao menos sinal de baixa dos rendimentos eclesiásticos. Gerando um grupo de frustrados e magoados com o Evangelho.

Dinheiro é pra ser usado para alavancar transformação do bairro, da cidade, de pessoas e não para formar patrimônio de alguns.

Não coloco mais grana em tijolos, mas em pessoas bem resolvidas e que querem ver um mundo melhor, manifestando o Reino de Deus, inclusive com sua grana.

caminhada

Pode parecer até mesmo que nas minhas palavras tenha ainda alguns sinais de magoas daquilo que passei. Muito provavelmente sim, mas aprendi também que não cabe a mim e tampouco posso resolver algumas coisas, então resolvi ignorá-las e viver segundo aquilo que creio. Caminhar segundo as minhas convicções.

Aos  que ainda estão em outra fé, espero poder encontrá-los um dia para partilharmos o que Deus tem para cada um de nós.

Sola Gratia

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