#mpc2012: Jesus como modelo

[box type=”default” size=”medium”] Esse é primeiro post de uma série com algumas ressonâncias do Treinamento de Líderes e Jovens da MPC que aconteceu em Janeiro em Belo Horizonte. Se quiser seguir a série vou usar a tag mpc2012 [/box]

É idiota, é básico, é clássico e — a não ser que você tenha se convertido ontem — você já deveria saber disso.

Se você é líder, levita, ministro ou coisa do tipo, se está a frente de alguma comunidade, ministério de dentro ou de fora de qualquer organização, seja ela cristã ou não, seu modelo de vida deve ser a pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo. Sua imitação de Cristo deve ser tal que as palavras do apóstolo possam ser repetidas em alto e bom som: Sejam meus imitadores, assim como sou de Cristo (1 Co 11.1).

Mas como?
Pergunta básica, até idiota, e — de novo, a não ser que você tenha se convertido ontem — você já deveria saber a resposta.

Primeiro, estude os evangelhos incansavelmente. Debulhe a pessoa de Jesus Cristo, vá pra frente e para trás dos evangelhos na bíblia, descubra o que os profetas falavam sobre ele, descubra o que a Lei falava sobre ele, descubra porque Jesus se importava tanto com isso, veja e reveja como Jesus se manifesta antes de ter vindo até nós e depois de ter ascendido, busque por Jesus em tudo, incansavelmente; você vai encontá-lo em locais surpreendentes.

Segundo, encontre alguém que possa ser seu guia. Jesus preparou pessoas para que essas pessoas pudessem preparar outras pessoas para que preparassem outras pessoas e assim essas Boas Novas chegassem até nós. Esteja disposto a aprender, a confessar, a perdoar e ser perdoado, a ser guiado e ensinado por alguém que tem uma caminhada mais longa que a sua.

A salvação é coletiva, a Igreja é um grupo de pessoas, andar junto é primário a qualquer proposta que Deus tem para nós; foi assim na criação da mulher, na saída do Egito (saiu uma galera, não foi um cara sozinho), com os profetas (eles exortavam o povo Hebreu, não um cara sozinho), com o próprio Jesus (que falava com multidões, ensinava discípulos e discípulas e cuidava dos seus apóstolos, tudo no plural — inclusive na Grande Comissão, mandato de Jesus logo antes de subir aos céus, é no plural!) e pra fechar a própria Trindade, até Deus se manifesta misteriosamente em grupo, em mais de uma pessoa. Deus se apresenta e age no coletivo, você quer conseguir caminhar sozinho? Isso não é de Deus, não, meu amigo!

Terceiro, guie alguém. Nem todos servem pra isso, mas todos os que estão liderando algo, que estão ali, na linha de frente, devem estar dispostos a ensinar, a perder a paciência com alguém que teima em fazer besteira, a ser esbofetado na cara pela fé inocente de alguém que acabou de adentrar nos passos do nazareno. A gente chama esses dois últimos pontos de discipulado, e se você parar pra analisar, os grandes avivamentos que aconteceram — e isso desde o povo Hebreu, quando eles voltaram de novo pra Deus —, você vai perceber que essa necessidade de ensinar os outros a viver direito foi o começo de uma revolução que se alastrou por todo o lugar. Ensinar e ser ensinado é básico da fé cristã é dar sem receber nada em troca, é gastar tempo e investir em pessoas sem ter certeza que algum dia essas pessoas vão viver de acordo com os princípios do Nazareno, é se deixar ser redimido pelo Espírito Santo.

Enquanto não estamos na eternidade Deus ainda trabalha, enquanto somos escravos do tempo, ainda temos a possibilidade de fazer parte do Reino de Deus e a melhor — talvez a única — forma de ser agente desse Reino maravilhoso é cuidando dos pequeninos — e ai daqueles que não cuidarem dos pequeninos.

E por último, e talvez o mais importante, assim como Jesus, a gente também tem que se sacrificar. O sacrifício é a base pra qualquer um que adentra no trabalho do Reino e muitas vezes esse sacrifício é até da própria vida. Negar a si mesmo, se esvaziar de si, se fazer menor, ser pobre de espírito, cuidar do orfão e da prostituta, curar os doentes, fazer milagres nos moradores de rua, dar atenção ao paraplégico que é menos que um cachorro (na época de Jesus, não me entenda mal), tudo isso envolve ver aquilo que não queremos, sentir um cheiro desagradável, sair da minha poltrona confortável pra que a gente possa voltar a ser cada vez mais imagem e semelhança de Deus, o mais próximo possível do modelo de vida ensinado por Jesus.

Kyrie eleison

A imagem que ilustra esse post é a obra O Batismo de Cristo, do artista renascentista italiano Andrea del Verrocchio, professor de Leonardo da Vinci, Sandro Boticelli entre outros.

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