Sempre relutei em escrever sobre esse tema aqui no blog. É o tipo de assunto que não se sabe muito bem como as pessoas irão reagir se contarmos algo da nossa própria história. Mas depois de pensar um pouco a respeito, conclui que contar minha experiência sobre esse tema, talvez seja a atitude mínima que posso fazer em prol de dividir o peso com quem ainda sofre por alguma perda. Compartilhar experiências nos aproxima como seres humanos. E eu creio que Deus também tramita e se faz presente em meio ao sofrimento humano compartilhado.
Em fevereiro de 2007, perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida, para o suicídio: minha mãe. Depois de uma exaustiva luta de sete anos contra a depressão, ela acabou finalizando a própria vida. Foi a grande perda até agora que tive em 25 anos. Todos os dias, pessoas perdem entes queridos, não somente pelo suicídio mas por todo tipo de morte. E acredito que dentre todos os tipos de perdas, perder alguém que se ama, é a mais difícil de todas elas. Há muita gente sofrendo exatamente agora por ter perdido alguém que ama.
É um fato. Nós vamos certamente sofrer perdas, de todos os tipos. A começar pelo tempo, a cada segundo que passa, uma pequena fração da nossa vida se vai. Perdas, grandes ou pequenas, rápidas e indolores ou lentas e dolorosas, elas fazem parte da vida. E com elas, trazem a reboque a dor e a saudade do que já foi. Não há explicações razoáveis pra muita coisa que nos acontece. Mas o que sei é que se a vida tem algum sentido, esse sentido é pra frente. Talvez seja por isso que a Palavra fale tanto de esperança. Esperança é aquilo que nos move pra frente. Que até nos relembra do passado, mas nos faz viver no presente e sonhar com o futuro.
Entre sentar e chorar na beira do caminho, é preferível caminhar chorando. Jesus também fez assim. Prosigamos!
No mais, deixo essa música, que me lembra muito das coisas boas que vivi com minha querida mãe.
[box type=”info” size=”medium”] A imagem desse post é uma obra do Telomar Florêncio, artista plástico blumenauense. [/box]